As praias de São Francisco do Sul atingidas pelo óleo que vazou da embarcação que virou há duas semanas em alto-mar podem ser interditadas.
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Na tarde de terça-feira, a companhia de navegação Norsul se reuniu com a prefeitura do município e técnicos da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fatma) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A intenção era esclarecer os procedimentos usados pela empresa para barrar e retirar o óleo que vaza da embarcação, que está a 18 quilômetros do canal de acesso ao porto de São Francisco.
O secretário do Meio Ambiente, Cláudio Folda Júnior, diz que os vazamentos têm ocorrido à noite e apenas o óleo pesado chega à areia. Depois de removido, a empresa afirma que não há risco de contaminação de banhistas.
– O óleo na areia é sinal de que a mancha passou por ali à noite. Tem efeito menor que o do óleo fino que chega à área de banhistas. Esse sim é perigoso e vamos precisar fazer a interdição se ele aparecer – explica.
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Ainda assim, a prefeitura não pretende instalar avisos nas praias por enquanto. Segundo Folda Júnior, a Secretaria pede aos banhistas que informem no caso de uma mancha avistada na água.
Dois funcionários da Secretaria farão rondas diárias, pela manhã, nas principais praias atingidas, para verificar a situação da água.
Mais um vazamento de óleo
Para moradores e veranistas das praias de Ubatuba, Capri e Itaguaçu, a terça-feira foi mais um dia de convivência com o óleo e o piche na areia.
A companhia de navegação Norsul constatou que houve mais uma fuga de óleo da barreira de contenção montada em torno da embarcação.
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Sobrevôos de helicóptero sobre a área mapearam duas manchas. Uma seguiu em direção ao Nordeste, mar adentro; outra tomou a direção Sul, chegando à praia de Ubatuba.
De acordo com a Norsul, as duas foram controladas. A empresa concentrou os trabalhos de retirada do óleo lubrificante do maquinário de uma das partes da embarcação, o empurrador. Ainda restam os tanques de armazenamento. Na terça-feira foram retirados 22 metros cúbicos de óleo e água. A Norsul avalia que a embarcação tinha em torno de 124 metros cúbicos de óleo, na maioria bruto e diesel.
MP deve entrar com ação
Enquanto entidades ambientais esperam o resultado das análises de amostras coletadas, o Ministério Público (MP) deve entrar com ação para punir os responsáveis pelo crime ambiental. O MP está fazendo vistoria nas praias, juntando documentos e fazendo relatórios.
O material deve ficar pronto na semana que vem. De acordo com a promotora Simone Schultz, da área de meio ambiente, ainda resta decidir que tipo de ação será feita.
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– Falta apurar as extensões do dano causado principalmente pela ineficiência do sistema de contenção. Em pelo menos duas oportunidades, que nós sabemos, o óleo rompeu a barreira – conta.