As praias de Santa Catarina tiveram uma leve melhora na situação de balneabilidade em relação à última semana, conforme o último relatório do Instituto do Meio Ambiente (IMA), divulgado nesta sexta-feira (13). O Estado voltou a ter mais da metade dos pontos analisados próprios para banho. São 51,05% de locais com condição para banhistas, contra 47,68% do último levantamento. A pesquisa analisou a situação de 237 pontos, entre os dias 9 e 11 de janeiro. Nesse período, 121 estavam com condição da água adequada e 116, inadequada.

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Apesar da melhora, a situação ainda está longe do que o Litoral do Estado costuma apresentar nesse período da temporada de verão. No ano passado, por exemplo, o relatório de balneabilidade da segunda semana do ano indicava 61% dos pontos próprios para banho em SC. Nos três anos anteriores (2021, 2020 e 2019), o índice sempre esteve acima de 65% neste período do ano.

A situação permanece mais crítica nas principais cidades do Litoral de SC. Em Balneário Camboriú, 11 dos 15 pontos analisados estão impróprios. Somente as praias de Laranjeiras, Estaleiro, Estaleirinho e um dos dois locais analisados em Taquaras estão com condições adequadas da água. Na vizinha Itapema, todos os nove pontos analisados não são recomendados para banhistas.

Em Bombinhas, sete dos nove pontos vistoriados estão impróprios. As exceções são o ponto da praia de Zimbros e um dos locais da praia de Bombas (confira abaixo a situação em cada praia).

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Quatro pontos passaram da condição própria na última semana para imprópria no atual levantamento. Um deles fica na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, um em Balneário Arroio do Silva e outros dois, na Praia Brava, em Itajaí. No caminho inverso, 11 pontos passaram da condição imprópria para própria. Cinco deles ficam na capital Florianópolis.

Florianópolis segue com menos da metade dos pontos próprios

As praias de Florianópolis também tiveram leve melhora, mas ainda possuem menos da metade dos pontos analisados com condições próprias para banho. A capital teve 41 dos 87 pontos considerados adequados para os banhistas, o que corresponde a 47,13%. No levantamento da última semana, a cidade tinha 37 locais próprios, o que equivalia a 42% dos pontos.

As praias de Canasvieiras, Jurerê e Jurerê Internacional, no Norte da Ilha, em Florianópolis, tiveram o pior início de verão na balneabilidade dos últimos 21 anos, segundo levantamento do NSC Total. Situação semelhante só havia ocorrido em 2003, primeiro ano com dados disponibilizados pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA).

A capital enfrenta uma epidemia de diarreia que já contabilizou mais de 1,5 mil casos nas últimas semanas. A prefeitura ainda investiga a causa do surto, mas especialistas apontam que a suspeita é de que as principais causas estariam na água e em alimentos contaminados por microrganismos, o que ocorre com mais frequência no verão.

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Em nota técnica, o IMA explicou que alguns pontos de praias como Canasvieiras, Jurerê, Jurerê Internacional, Forte e Daniela tiveram resultados “significativamente menores” na última coleta, “dando um primeiro passo para a obtenção do retorno a qualificação de próprios”. No entanto, o órgão ressalta que nesses casos são necessários mais três resultados favoráveis para serem considerados próprios.

Entre as causas das más condições para banho nas praias de SC, a prefeitura de Florianópolis aponta o excesso de chuvas em dezembro, que aumentaria a vazão de dejetos para o mar. A situação no poluído rio do Brás, que deságua em Canasvieiras e teve uma barragem rompida no fim do ano, também contribue para o cenário.

Veja a balneabilidade nas praias de SC

Como é feita a análise

O monitoramento é feito em 27 municípios litorâneos de SC e mais de 100 praias e balneários. O parâmetro indicador básico para a classificação das praias quanto a sua balneabilidade em termos sanitários é a densidade de coliformes fecais. A água é considerada própria quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras coletadas nas últimas 5 semanas, no mesmo local, houver no máximo 800 Escherichia coli por 100 mililitros, e Imprópria quando em mais de 20% de um conjunto de amostras coletadas nas últimas 5 semanas, no mesmo local, for superior que 800 Escherichia coli por 100 mililitros ou quando, na última coleta, o resultado for superior a 2000 Escherichia coli por 100 mililitros.

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