Areia macia e quente, água morna e tranquila, bebês caranguejos se escondendo dos visitantes: bem-vindo à praia do Forte. A 60 quilômetros de Joinville e 215 quilômetros de Florianópolis, existe um pequeno paraíso em São Francisco do Sul.

Continua depois da publicidade

Conheça alguns dos atrativos desta bela praia do litoral Norte de Santa Catarina.

Forte Marechal Luz

Na entrada branca e azul do forte, militares liberam a passagem para civis ao custo de R$ 2 por pessoa. O espaço vai dar numa estrada de terra repleta de curvas, ladeada por muita vegetação, que leva ao morro do Forte.

Continua depois da publicidade

Antes mesmo da metade do caminho, muitos turistas aproveitam um pequeno mirante no canto da trilha para apreciar a vista. A paisagem é mesmo belíssima: vê-se uma imensidão azul unindo céu e mar, separados apenas por uma tênue linha reta no horizonte.

Seguindo em frente, no alto do morro, quatro canhões recepcionam os turistas. Atrás de cada um deles, uma entrada subterrânea – composta por rampas de concreto que se espremem entre paredes de pedra – leva ao Museu do Forte, inaugurado em 29 de outubro de 1999.

No espaço, encontram-se pistolas do século 19, farda, bandeiras históricas, telefone de campanha, teodolitos, lunetas, bússola, prancheta de tiro, granadas e muitas fotografias contando a história do lugar.

Continua depois da publicidade

Ambiente familiar

A praia de águas calmas também é uma ótima opção para passar um dia em família. E ir para a praia com a família é sinônimo de diversão e algazarra, pelo menos para o carreteiro Luciano Marques, 41 anos, de Curitiba, que é enterrado na areia pelo neto e os quatro filhos.

Arthur e André Kosmala, 7 e 4 anos, respectivamente, também divertiram-se com o pai, Elso, em um grande buraco que fizeram na areia. Com baldes e pás de brinquedos, os garotos escavaram o próprio forte. Em uma cadeira de praia a alguns metros, a mãe, Stella, observava atentamente.

Pela primeira vez na praia do Forte, destacam-se ainda quatro gerações de mulheres, que aproveitam a água morna e calma para curtir a família – algo que, olhando ao redor, parece ser o que a maioria das pessoas faz no local.

Continua depois da publicidade

Olívia Barbosa, 32 anos, fisioterapeuta, foi à praia de São Francisco do Sul junto com o marido João Paulo e a filha Helena, de 1 ano e meio. Com eles, também estavam os pais de Olívia, Laura e Fernando, e sua avó, Esméria.

A família é gaúcha, mas o jovem casal e o bebê moram no Rio de Janeiro. O casal mais antigo vive em Ponta Grossa, onde todos passaram o Natal. De lá, no Paraná, resolveram ir ao Forte para curtir o réveillon.

– A praia é um espetáculo! Maravilhosa, principalmente para vir com crianças e idosos – anima-se Olívia.

Continua depois da publicidade

Quem também chamava atenção nas areias da praia era Bryan Cristian Weber, com cabelos ruivos que brilham ainda mais sob o sol da tarde. Com toda a força que suas pernas de 2 anos e 10 meses permitem, ele chutava repetidamente para a água uma bola de couro colorida. O garotinho mora em Joinville com os pais, Alan Weber, 21 anos, e Zoelma Salvador, 24 anos.

Além do trio, foram passar o sábado no Forte dois casais de amigos e mais uma menina.

– A praia é bacana, as pessoas também. Tem uma paisagem muito bonita e o mar é calmo para as crianças – avalia Alan.

– Mas sentimos falta de alguém vendendo água. A gente trouxe uma caixa de isopor com cerveja e vimos muita gente com caixas também, mas é bom ter opção para comprar aqui – acrescentou sobre a estrutura para os visitantes do lugar.

Continua depois da publicidade

Esportes

Ainda que deterioradas pelo tempo, há duas redes estacadas na areia para os turistas jogarem voleibol na praia do Forte.

Sobre cabeças risonhas, uma bola passa voando rapidamente, de um lado para o outro, até que aterrissa no chão quando ninguém a alcança a tempo. A queda provoca leves gargalhadas no professor de educação física Marcos Antônio Martins Ferreira, 42 anos, sua filha Maria Eduarda Coelho Ferreira, 13 anos, e Greick Basto Lira, 32 anos. Vindos direto de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, o trio chegou a Santa Catarina aproveitar o fim de ano.

– Isso aqui é o paraíso – diz Marcos sobre a Praia do Forte.

Como praia também é lugar de frescobol, os primos Lidemar Ferreira, 21 anos,de Blumenau, e Lucas Hellmann, 16 anos, de Joinville, aproveitaram a tarde, entre uma raquetada e outra, para correr atrás da pequena bola que teimava em fugir no sentido do mar.

Continua depois da publicidade

Segurança

Não é difícil encontrar o posto vermelho e amarelo vazio. Isso porque a dupla de salva-vidas que atua na praia do Forte fica constantemente na faixa de areia, próxima aos banhistas, atenta a qualquer atividade incomum. Guilherme da Silva Oliveira recomenda que o banho de mar seja tomado a pelo menos 50 metros das bandeiras vermelhas.

– Quando dá vento Sul, as boias com as crianças são carregadas e é a maior correria. Também é preciso ficar de olho na maré. Quando vaza perto das pedras, joga as pessoas para trás do costão e, próximo ao riozinho que se formou entre a

areia e o mar – alerta o salva-vidas.

Alimentação

As opções não são muitas, o que é motivo de reclamação de alguns turistas. Na praia do Forte há dois quiosques com salgados fritos, milho verde cozido, caldo de cana, água de coco e outras bebidas. Em um deles, tem também churros com recheio de chocolate ou doce de leite. O moço do churros, Carlos Alberto da Silva, é um dos dois ambulantes que passam pela areia oferecendo alimentos.

Continua depois da publicidade

O outro é o vendedor de picolés Ronaldo Scudlarek, 48 anos. Morador de Ponta Grossa, no Paraná, este é o quarto ano que ele vai a São Francisco na temporada para trabalhar.

– Esta é a praia mais bonita de Santa Catarina – diz.

– A gente consegue até ver os pés sob a água.

Quando está de folga, o Forte é também o destino de Ronaldo. Segundo o ambulante, os turistas reclamam que falta gente vendendo água, cerveja e refrigerante. E ele, enquanto turista, também tem suas críticas:

– A praia é bastante movimentada e falta estacionamento. O pessoal está descobrindo ela, mas não há investimento no local. Não adianta divulgar as belezas, que são incríveis, e deixar sem infraestrutura. Isso inclui dar mais opções de alimentação.

Continua depois da publicidade

Além dos quiosques, os civis podem entrar no forte protegido pelos militares para fazer refeições no restaurante que fica lá dentro. O espaço oferece petiscos, lanches, sorvetes e frutos do mar.