Um novo recorde de maior onda surfada no Brasil foi registrado em uma praia de Santa Catarina. O surfista Lucas Chumbo alcançou a marca de 14,82 metros no dia 30 de julho, na Laje da Jaguaruna, no Sul do Estado, a 157 quilômetros de Florianópolis. O local é conhecido como a “Nazaré Brasileira”. As informações são do ge.

Continua depois da publicidade

Paraíso do Surf: Veja fotos da Laje da Jagua, a Nazaré Brasileira

O recorde anterior era de 13,7 metros, conquistado pelo surfista de ondas grandes, Thiago Jacaré. Ao Jornal Nacional, Chumbo contou como foi a experiência e a motivação para estabelecer um novo recorde no país.

— Eu nunca tinha visto ondas daquele tamanho no Brasil. Foi uma experiência incrível. Eu sempre sonhei viver um dia daqueles na laje de Jaguaruna e aquela onda, pelo incrível que pareça, foi a minha primeira do dia. Realmente quando desci aquela onda parecia que eu estava descendo uma onda em Nazaré. E teve um feeling de uma onda muito especial. Parecia que tinha 100 pés aquela onda, era muito especial mesmo, muita energia junto. Então fiquei muito feliz e muito grato — disse o surfista.

Entenda como funciona o cálculo do tamanho da onda

Para calcular o tamanho da onda, as imagens precisaram ser enviadas para o oceanógrafo Douglas Nemes, que possui experiência de mais de 20 anos em feitos deste tipo. O profissional explica que é preciso um processo matemático, que leva em consideração a altura do surfista em pé, posições na prancha e o pixel de cada registro.

— Eu tiro o esqueleto da onda e assumo as equações da mecânica das ondas para encontrar esse cavado, esse côncavo dessa onda. E a partir daí, consigo determinar onde é a base e a crista dessa onda. Inserindo o modelo matemático do atleta, nós conseguimos transformar em uma imagem de escala mensurável, que é o metro. A partir daí, nós fazemos um cálculo extremamente simples a partir de projeção. Calcular a diferença da base e a crista da onda — explica Nemes.

Continua depois da publicidade

O que é a Laje da Jagua, em SC

Localizada na costa de Jaguaruna, a Laje da Jagua é uma formação rochosa submarina com cerca de dois quilômetros de extensão e que foi descoberta por surfistas em 2003. O local fica a cinco quilômetros da orla da praia.

No dia do recorde, além da distância, os surfistas precisaram encarar também o mar agitado por causa de um ciclone extratropical. O fenômeno, segundo Thiago Jacaré, idealizador da Big Waves Brasil (BWB) e coordenador nacional de Surf de Ondas Grandes da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf), nunca foi visto antes.

— Quando a gente chegou na praia, bem dizer, não tinha praia, não tinha areia e conseguimos, através do extinto de equipe, todo mundo agir em conjunto. A rebentação não estava fácil, foi uma rebentação para tu poder chegar até lá, tem que passar pela arrebentação da praia e foi algo muito desafiador, algo que a gente não tinha presenciado até hoje nesses 22 anos de trabalho na Laje da Jagua — relembra Thiago Jacaré.

A característica geográfica do local permite que as ondas aumentem de tamanho ao se aproximarem da costa. De acordo com Argeu Vanz, oceanógrafo da Epagri/Ciram, o processo é semelhante ao que acontece em Nazaré, em Portugal, que também é conhecido pelas ondas gigantescas. O ciclone extratropical atingiu a costa de Santa Catarina no final de julho, que pode ter aumentado ainda mais a altura das ondas, conforme o oceanógrafo.

Continua depois da publicidade

Leia também

Brasil estreia tecnologia sucesso na Copa do Mundo de Clubes

Como está o torcedor que não corta o cabelo há quase 1 ano por promessa “impossível”

Siga as notícias do NSC Total pelo Google Notícias