A praia alargada de Balneário Camboriú amanheceu nesta quinta-feira (5) novamente com a formação de “lagoas” na faixa de areia. Desta vez, porém, pequenos peixes também apareceram mortos. Fotos do repórter Felipe Sales, da NSC TV, mostram os animais sem vida dividindo espaço com os banhistas e a água acumulada em alguns trechos da Barra Sul, na Praia Central.
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Os peixes não estavam na água, e sim na areia, mas perto das poças.
Procurada pela reportagem, a secretária do Meio Ambiente de Balneário Camboriú, Maria Heloisa Furtado Lenzi, disse que não tinha conhecimento da situação até o questionamento da reportagem, mas afirmou que não vê relação entre as “lagoas” e os peixes que surgiram mortos. Ela frisou que as poças de água na areia são um fenômeno que acontece em outras praias agrestes na cidade e informou acreditar que os animais mortos sejam originários de descartes de pesca.
— Não há como saber a causa. É possível que seja descarte de pesca ou um cardume que foi lançado para terra com a maré alta. Alterações na salinidade, temperatura, oxigenação, enfim. Diversas podem ser as causas. Não é um número tão significativo para causar qualquer problema. Apenas um fato isolado que costuma acontecer em todas as praias — afirmou Maria Heloisa.
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O professor de oceanografia da UFSC Paulo Horta pontuou ser possível que os peixes mortos na praia tenham sido descartados porque não têm valor comercial para quem pratica a pesca de arrasto — ação que deve ser combatida por causa dos impactos ambientais, defende o especialista.
— Outra possibilidade é a poluição. Pode ter havido um evento de anoxia pontual em alguma região que acabou matando os peixes. Outra, e última possibilidade, é alguma substância tóxica, seja de origem natural, como algas com toxinas que matam peixes, ou alguma substância tóxica liberada em pequena quantidade. Não parece ser porque o animal tenha ficado aprisionado na pequena laguna que se formou — explica.
De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente, possivelmente uma equipe irá ao local para avaliar a situação e observar se volta a acontecer e em que proporção.
Outros fenômenos já ocorreram na praia alargada
As “lagoas” na Praia Central de Balneário Camboriú ganharam evidência após a megaobra de alargamento da faixa de areia. O fênomeno não foi o único a surgir após o investimento milionário para dar mais espaço aos banhistas. Degraus gigantes também se formaram na areia em alguns trechos, chegando a quase 1,8 metro, como mostram fotos. Conchas também tomaram a praia chamando a atenção de turistas e moradores.
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A cidade está lotada desde o Natal e chegou a reunir mais de um milhão de pessoas na praia alargada para a queima de fogos do Ano-Novo. A rodoviária de Balneário Camboriú é palco de um vaivém frenético de turistas e o cenário deve permanecer o mesmo durante o verão.
Nesta semana, um novo relatório de balneabilidade mostrou que pela sexta vez seguida a Praia Central está imprópria para banho.
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