Quando Maria Behling, de 93 anos, tinha a idade média dos integrantes do grupo de hip-hop Maniacs Crew, os jovens dançavam em salões. Maria parou de dançar ainda moça porque teve de se dedicar ao trabalho na lavoura em Blumenau. Mas, na sua cadeira de rodas, ela assistiu na quinta ao Maniacs e a outros grupos de dança de rua que se apresentaram no Lar Abdon Batista, para as crianças do abrigo, e também para os idosos do Lar Betânia, em Joinville. Na primeira fila e sem se importar com a barulheira.

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– Está muito gostoso, nunca vi nada assim – disse.

Na tarde de quinta, Maria fez parte do público de um dos Palcos Abertos do Festival de Dança, a forma que a organização encontrou para deixar Joinville no ritmo do evento. Este ano, são 14 palcos em Joinville e um em Jaraguá do Sul (no Teatro Scar). Estão em quatro hospitais, três shopping centers, ao ar livre (na praça Nereu Ramos), na Associação de Moradores do Itinga, na Feira da Sapatilha, na rodoviária, na Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR).

Haverá apresentações nos Palcos Abertos até o fim do Festival de Dança. O Abdon Batista foi um dos cinco lugares em que a programação começou na quinta. No palco muito perto da plateia, apresentaram-se seis grupos, a maioria de dança de rua – havia dois grupos de danças populares. A dançarina Daniela Cristina Viana, de 22 anos, prefere assim. O grupo dela, o Maniacs, vai concorrer na mostra do dia 24, e ela acredita que a chance de se divertir é nos Palcos Abertos.

– No Centreventos é competição, você não vê nada enquanto dança. Aqui o palco é perto, as pessoas conversam contigo.

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Nos intervalos, Sylvio Lemgruber, coreógrafo do quadro Dança dos Famosos, do programa “Domingão do Faustão”, conversava com o público. Chamava as pessoas, de qualquer tipo físico ou idade, a subir ao palco para dançar.

– Se alguém tiver 30 anos de Teatro Bolshoi, mas sem alegria, não adianta de nada – disse.

Mafalda Lopes, de 86 anos, subiu e foi “professora de dança” da plateia. Mostrou apenas um “pé para lá, pé para cá”, mas muito animado.

– Eu amo dançar, qualquer tipo de música – ela disse.