O pouso de dois parapentes no meio da praça Genésio Miranda Lins no bairro Fazenda em Itajaí, Litoral Norte de SC, surpreendeu quem circulava pelas proximidades no fim da tarde desta sexta-feira. A atenção de funcionários que trabalham em condomínios empresariais da região e de moradores dos prédios vizinhos também foi roubada pelas cenas. Já que os parapentes, em alguns momentos, estiveram bem próximo aos prédios.
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Apesar de inusitados, os episódios não foram reflexo de momentos de emergência. O instrutor de voo Jackson Bona, 37 anos, escolheu aterrissar ali, assim como o segundo instrutor.
A turista de Chapecó, Oeste de SC, Irani Ardigó, 53 anos, que é cunhada de Jackson, mal colocou os pés no chão e revelou a euforia que estava sentindo após concluir o seu primeiro voo duplo de parapente.
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– Estava nessa expectativa para fazer esse voo há sete anos. Hoje acordei e disse: vou fazer! – contou, com um sorriso largo no rosto.
Estar mais perto do céu e poder ver a cidade de cima encantou Irani, que pretende repetir a dose.
– A sensação é de estar mais perto de Deus – descreveu a turista, após quase uma hora de voo.
Jackson, que mora em Itajaí há seis anos e há 18 voa de parapente, alerta que pousos em áreas urbanas não são recomendados, com exceção de emergências.
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– Faço apenas quando não tem ninguém – argumenta.
O instrutor explica que é necessário ter uma vasta experiência para fazer a manobra.
– Já pousei aqui (praça Genésio Miranda Lins) várias vezes, mas é uma manobra que nem todo mundo pode fazer – observa.
Voar em meio aos prédios é semelhante ao voo nos arredores de morros, como o da Atalaia, explica Jackson.
Ao invés de o vento bater nos morros, ele bate nos prédios, e da sustentação ao parapente.
Apesar de não existir uma lei em Itajaí que proíba a aterrissagem de parapentes dentro da cidade, o secretário de Urbanismo, Paulo Praun, frisa que para a prática de qualquer atividade em espaço público, é necessário uma autorização prévia da prefeitura.
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– Esse pouso foi feito de forma irregular. A fiscalização da prefeitura pode autuar o instrutor por uso indevido de espaço público. O correto teria sido ele pousar em uma rampa delimitada – afirma o secretário.
Paulo também observa que a prática pôs em risco as pessoas que estavam próximas a praça no momento do pouso.
– Ali sempre tem muitas crianças brincando. Tem a árvore de Natal, um obelisco relativamente grande e as luminárias, que oferecem risco até mesmo a quem está praticando o voo – disse.
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