Celebrada como a maior feira do setor tecnológico mundial, a Consumer Electronics Show (CES), realizada anualmente em Las Vegas, nos EUA, repetiu em 2013 a rotina dos últimos anos, terminando na última sexta-feira sem apresentar produtos ou inovações revolucionários. Os 110 mil visitantes saíram do Las Vegas Convention Center com a nítida impressão de que nem tudo o que puderam ver e tocar poderia ser chamado exatamente de novidade.
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Promovida pela primeira vez em 1967, quando contou com 200 expositores e 17,5 mil visitantes, ao longo de quatro décadas e meia a CES mostrou avanços como o videocassete (1970), o CD player (1981), o Blu-Ray (2003) e o iPhone (2007). Mas, após a crise americana de 2009, o evento não conseguiu emplacar uma nova grande tendência tecnológica, como as telas sensíveis ao toque, hoje um fenômeno irreversível, só para citar um exemplo.
Nos espaços de cerca de 3 mil expositores, distribuídos em 174 mil metros quadrados, o que se viu foi mais do mesmo, com variações de tamanhos – no caso das telas – ou na forma de interação dos aparelhos. E muito pouco além disso. Entre as TVs, apontadas como vedetes da edição 2013, as novidades ficaram por conta dos primeiros aparelhos com as tecnologias Ultra High Definition (Ultra HD) e Oled (diodo orgânico emissor de luz, na sigla em inglês), que, embora já fossem esperados há alguns anos, apenas agora começaram a virar realidade.
Carros autômatos e telas flexíveis, nada de fazer cair o queixo
Maiores do que os smartphones e menores do que os tablets, os chamados “phablets” são híbridos dos dois equipamentos, com aplicações presentes em ambos, mas sem nenhuma revolução funcional. São os casos dos modelos apresentados por Sony e ZTE (5 polegadas), Lenovo (5,5 polegadas) e Huawei (6,1 polegadas). A diferença está apenas no tamanho do aparelho, o que também ocorre em relação a gadgets como o computador tudo-em-um da Lenovo, um misto de desktop com tablet (tem tela de 27 polegadas sensível ao toque), e o tablet de 20 polegadas da Panasonic, apenas variações da já difundida tecnologia touchscreen.Da mesma forma, os potentes ultrabooks são nada mais do que evoluções dos tradicionais laptops. Mais uma vez, nada de novo.
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Entre as sacadas deste ano, a principal foi apresentada pela Audi: um carro protótipo que, além de procurar o dono na garagem, ainda estaciona sozinho. Outra aposta para o futuro é o protótipo de smartphone com tela Oled flexível, tendência projetada nos últimos anos que, enfim, saiu do papel, mostrada com pompa pela Samsung. Na mesma linha, a Intel, em parceria com a Plastic Logic e a Queen?s University, demostrou o protótipo de um e-reader com tela flexível.
De resto, a feira ainda apresentou uma enxurrada de acessórios para todos os tipos de gadgets, de óculos com visão 3D a luvas para o manuseio de aparelhos touchscreen – úteis especialmente em regiões com inverno rigoroso -, passando por caixas de som para smartphones com conexão wireless e relógios de pulso que interagem com smartphones. Em resumo, nada capaz de derrubar queixos ou arrancar um sonoro “ooohhhh” do mercado tecnológico mundial.
Imagens e cores cada vez mais reais
Centro das atenções na edição 2013 da Consumer Electronics Show (CES), realizada na última semana, em Las Vegas, nos Estados Unidos, os televisores não trouxeram nenhuma tecnologia ou funcionalidade surpreendente. A exemplo dos demais setores da feira, os expositores apresentaram produtos baseados em tecnologias já conhecidas, embora ainda não disponíveis em larga escala no mercado. Em outras palavras, o que há alguns anos já era conhecido na teoria agora pode ser visto – tocado, experimentado – na prática.
Em desenvolvimento desde o fim da década passada, as tecnologias Ultra High Definition e Oled parecem finalmente ter chegado para ficar em 2013. Também conhecida como 4K, a Ultra HD garante uma qualidade de resolução quatro vezes superior aos modelos tradicionais em Full HD. A Oled proporciona a fabricação de aparelhos mais finos e com menor consumo de energia. As duas tecnologias marcaram presença nos espaços de boa parte dos fabricantes, presentes de forma simultânea em alguns modelos.
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Sony e Panasonic, por exemplo, apresentaram TVs de Oled com resolução Ultra HD. As sul-coreanas Samsung e LG Electronics também mostraram novidades com as duas tecnologias combinadas, mas com um diferencial: uma tela curva, que, de acordo com os fabricantes, acrescenta ainda mais qualidade à exibição. Em todos os casos, nem preços nem prazos para a comercialização foram anunciados.