Pouca chuva, floração duplicada e de diferentes espécies contribuem para ipês-amarelos vistosos em Blumenau

Impossível a beleza solar dos ipês-amarelos passar despercebida mesmo dos olhos mais distraídos. E nas últimas semanas a pouca chuva associada a outros fatores têm contribuído para que o espetáculo se tornasse ainda mais intenso em Blumenau e região.

O professor de botânica do curso de Biologia da Furb André Luis de Gasper conta que as gotas de água acabam derrubando as flores, que, sensíveis, não aguentam as pancadas dos pingos. O clima mais seco dos últimas semanas tem feito a floração durar até 10 dias, período em que as pétalas conseguem se manter viçosas. Além disso, é provável que o tempo mais quente que o habitual dos últimos meses tenha colaborado para que as árvores tivessem mais de uma floração, explica o biólogo.

– Sem chuva ipê fica mais florido porque as flores não caem. Assim ele fica cheio de flores e por mais tempo – resume Gasper.

Outro fator que contribui para a sensação que o mês de outubro está mais florido é o fato de existirem três espécies de ipês-amarelos, conta Arnor Bublitz Filho, que é biólogo da Fundação do Meio Ambiente de Blumenau. Apesar de muito parecidas, elas têm floração em períodos diferentes.

A floração dos ipês-amarelos geralmente acontece entre agosto e outubro, podendo sofrer variações conforme o clima, explica Bublitz. Apesar do tempo seco ter predominado até agora no mês de outubro, a próxima semana começará com chuva, afirma a meteorologista do Alertablu Taciana Menezes Weber. A meteorologista estima que as chuvas do mês estão dentro da média. Ela explica que ainda não é possível definir uma tendência de tempo para os próximos meses. O fenômeno El Niño segue em formação, por isso, não se sabe como ele influenciará no tempo.

Nesta semana os meteorologistas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) divulgaram que mês de setembro de 2014 foi o mais quente no planeta, tanto em terra como nas superfícies dos oceanos, desde que o registro começou a ser feito em 1880. A tendência é de que 2014 seja o ano mais quente que se tem registro.