No primeiro dia de greve dos servidores municipais de Florianópolis, aprovada na tarde de segunda-feira contra o pacotão de propostas do prefeito Gean Loureiro (PMDB), postos de saúde de diversos bairros não abriram as portas. De acordo com um balanço da Prefeitura, 11 unidades estão fechadas: Agronômica, Saco dos Limões, Trindade, Capoeiras, Monte Cristo, Novo Continente, Córrego Grande, João Paulo, Lagoa, Saco Grande e Coqueiros, o que corresponde a 20% da rede.
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A pefeitura e o Sindicato dos Servidores (Sintrasem) ainda não divulgaram os números totais da adesão, mas o Sintrasem afirma que todos os setores estão parados. Uma nova assembleia está agendada para quarta-feira, às 13h30min, para definir os rumos da greve
O morador da Armação Claudio Souza da Silva foi pego de surpresa ao chegar na unidade do bairro com esposa. Ela está grávida de 40 semanas e iria fazer mais um exame pré-natal na manhã desta terça:
— Acho que poderiam ter ligado para nos avisar. Agora de tarde vou levar ela no Hospital Universitário já que não vai abrir — disse.
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Por telefone, as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) Sul e Norte informaram que estão atendendo somente emergências com risco de morte.
Creches de verão funcionam normalmente
A Prefeitura informou que as 20 creches que realizam atendimento no verão estão funcionando normalmente nesta terça-feira.
Já os serviços de assistência social, Creas e Cras, estão funcionando parcialmente.
De acordo com o presidente do Sintrasem, Alex Santos, a maioria absoluta dos servidores aderiu à greve.
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— Os funcionários da saúde, assistência social, obras e administração estão todos parados. Com a Comcap, vamos ter uma reunião da quinta-feira para tratar de algumas pautas específicas deles — explicou.
Com base nas listas de chamada, o Sintrasem calcula que cerca de 5 mil pessoas se reuniram na tarde de segunda-feira em frente à Câmara de Vereadores para protestar contra as propostas que afetam diretamente os servidores, como o cancelamento do plano de carreira, a extinção da licença-prêmio e gratificações, além do aumento da alíquota da previdência paga pelos trabalhadores de 11% para 14%.
Prefeitura diz que greve é ilegal
O executivo classificou a greve deflagrada pelo Sintrasem como ilegal. De acordo com a Procuradoria do Município, não há base legal para a paralisação. A prefeitura promete descontar os dias parados de servidores que aderirem à greve e ingressará na Justiça contra o sindicato.
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De acordo com o secretário de Administração, Everson Mendes, a reunião marcada pela prefeitura para esta terça-feira com o sindicato foi cancelada.
— A determinação da nova gestão é que não há nenhum tipo de negociação com servidores em greve — declarou Mendes.
Já o prefeito Gean Loureiro lamentou a atitude do sindicato e garantiu que o pacote de medidas tem como objetivo justamente garantir aos servidores receberem os salários em dia.
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— Os servidores municipais não têm culpa da crise que se instalou na administração municipal, houve uma série de irresponsabilidades que nos trouxeram até aqui. Agora, é preciso paciência e compreensão por parte de todos para que possamos restabelecer a saúde financeira do município e discutir um novo Plano de Carreiras justo e possível de implantação para a categoria — disse o prefeito.
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