A chuva forte que atingiu Guaramirim em junho, provocou inundações e deixou a cidade em estado de calamidade pública trouxe efeitos prolongados à população e à administração pública. Não são apenas as memórias da água subindo e dos estragos visualizados quando o rio baixou que assombram moradores, mas a carência de serviços prejudicados pelo fenômeno da natureza.
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No bairro Avaí, um dos mais afetados da cidade, o posto de saúde ainda não foi reaberto, assim como a creche Santina Schork. Os moradores lamentam a situação e cobram melhorias por parte da Prefeitura. Um dos pontos mais prejudicados pela chuva foi o posto de saúde.
A unidade, que funcionava em uma casa alugada da rua Hervino Hanemann, foi tomada pelas águas no dia 8 de junho. Todos os equipamentos tiveram de ser jogados fora. Dias depois, o posto foi limpo, as portas e janelas fechadas e a estrutura permanece assim até hoje.
Fila no posto de saúde
Sem atendimento no próprio bairro, moradores buscam consultas no posto de saúde do Centro. Além do incômodo de ir mais longe, eles lamentam as grandes filas que se formam todas as sextas-feiras pela manhã, quando as fichas de agendamento de consultas são distribuídas.
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João de Oliveira, de 78 anos, já sente a diferença. Com a esposa acamada por causa de um acidente vascular cerebral (AVC) e uma filha deficiente intelectual, ele contava com atendimento em casa sempre que necessário. Hoje, precisa da ajuda de outro filho e da nora para ter acesso aos serviços de saúde.
Outros moradores reclamam que têm de chegar muito cedo para garantir a consulta.
Alguns aguardam no local desde às 5 horas da manhã na fila que se forma em frente ao posto central. É o caso da enteada de João Pinheiro, que foi nesse horário até o local buscar atendimento para a filha. A família dela também está insatisfeita com a demora na volta do atendimento no bairro.
Posto ganha nova estrutura
O secretário de Saúde do município, Jair Tomelin, disse que os moradores passarão a contar com atendimento no bairro no início de 2015. Uma nova unidade da Estratégia de Saúde da Família (ESF) já foi construída e conta com 182 metros quadrados. Uma equipe completa deve prestar atendimento ambulatorial no local, além de serviços como atendimento de agentes comunitários de saúde, dentista e sala de vacina.
Como a equipe que atendia no bairro foi transferida para o Centro, onde havia carência de profissionais, novos funcionários serão contratados.
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O concurso público foi feito em setembro, e agora correm os trâmites legais para a homologação. A licitação para a compra de mobília, equipamentos médicos e materiais de escritório também já foi feita. Falta apenas a ordem de compra para finalizar o trâmite.
Reforma de escola começa em dez dias
O CEI Santina Schorck também preocupa os moradores. Desde a enchente de junho, 233 crianças têm aulas em locais improvisados. Os alunos da educação infantil ocupam uma sala no Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja), enquanto as crianças do berçário foram remanejadas para o CEI Maria Domênica Bortolomiotti Peixer.
– Tivemos reuniões com a APP da escola. Até procuramos um espaço para alugar, porém não foi encontrado. Fizemos o remanejamento para não deixar os pais na mão. Tivemos que nos adaptar, tanto nós quanto a comunidade – diz a secretária de Educação, Cláudia Chiodini.
Ela explica que, além da perda do mobiliário, equipamentos e materiais pedagógicos, a creche tem um problema no piso desde 2010 e que foi agravado pela enchente. A reforma no local deve começar em dez dias. Primeiro, a Prefeitura fará a retirada do piso, depois, uma empresa já licitada começa a reforma. A expectativa é reabrir no início de 2015. A reforma e aquisição de novos materiais custará cerca de R$ 500 mil.
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