Se você faz das redes sociais o seu “querido diário”, talvez seja a hora de mudar seus conceitos. Certos assuntos, definitivamente, não podem ser divulgados abertamente na internet, sob pena de trazerem prejuízos pessoais e profissionais. Isso é o que indica uma pesquisa da AVG Technologies, fabricante de softwares de segurança. Conforme o estudo, 90% dos recrutadores analisam os perfis dos candidatos na rede para avaliar a sua adequação à vaga. Caso deparem com fotos de nudez ou bebedeira, por exemplo, as chances de contratação caem mais de 90%.

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Na pesquisa, foram consultados 230 profissionais de recursos humanos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, além de 4 mil jovens com idade entre 18 a 25 anos em 11 países. O trabalho concluiu que a maior parte dos jovens entrevistados nunca revisou seus perfis online e, de acordo com os recrutadores, não estão conscientes de que a sua postura na rede pode resultar em dificuldades no mundo real.

– Atualmente, o conteúdo online postado por um candidato ou sobre ele é equivalente a uma entrevista inicial, em que a empresa tem suas primeiras impressões sobre a pessoa. A pesquisa reforça que a identidade digital pode ser tão importante como o currículo em algumas situações – comenta o executivo Tony Anscombe, da AVG Technologies.

Segundo o estudo, os profissionais americanos são mais propensos a dispensar candidatos por causa de descobertas feitas na web do que os colegas britânicos. Oito em cada 10 entrevistados nos Estados Unidos afirmaram eliminar pessoas que postem fotos com cenas de embriaguez na internet. Na Grã-Bretanha, a tolerância foi maior, e o percentual caiu para 70%. Entre os americanos, as fotos de nudez motivariam dispensa em 91% dos casos. Entre os britânicos, o índice foi menor, de 75%.

Quem cuida do perfil online pode se dar bem no mercado de trabalho

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Se quem posta imagens de cunho negativo pode queimar o filme, os jovens que cuidam de seus perfis podem ser beneficiados pela atenção dada pelos departamentos de recursos humanos às redes sociais. Conforme o estudo, mais de dois terços dos entrevistados disseram já terem sido influenciados positivamente pelos resultados das pesquisas sobre os candidatos na internet.

De acordo com o diretor de marketing da AVG Brasil, Mariano Sumrell, os recrutadores brasileiros seguem a tendência mundial de consultar a rede para estudar os candidatos:

– As mídias sociais são bancos de dados riquíssimos. Mais de 90% dos usuários no Brasil usam essas ferramentas, mas poucos aplicam as configurações de privacidade. Assim, qualquer pessoa pode ter acesso aos conteúdos postados. Para não perder oportunidades de trabalho, é importante fazer essa adequação e, acima de tudo, postar com prudência, evitando conteúdos que possam denegrir sua imagem.

Big Brother profissional

Candidatos podem ser eliminados em razão do perfil online, dizem gestores:

? Mais de 90% dos gerentes de recursos humanos consideram a postagem de fotos com nudez razão para não entrevistar candidatos.

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? Outras razões incluem evidências de comportamento ofensivo (91%), comentários negativos ou depreciativos sobre empregadores anteriores (quase 95%) e opiniões extremistas sobre assuntos como raça (93%).

? Nos Estados Unidos, diversas plataformas são usadas para avaliar os candidatos. As principais são Google (85%), Facebook (81%), LinkedIn (71%), Twitter (39%), Instagram (18%) e Flicker (15%). Na Grã-Bretanha, o ranking é diferente: Facebook (85%), LinkedIn (72%), Twitter (47%), YouTube (23%), Instagram (16%) e Flicker (15%).

? Apenas um em cada três recrutadores confia nas informações postadas pelos próprios candidatos no LinkedIn.

? Maior parte dos recrutadores ou gerentes de recursos humanos (62% nos Estados Unidos e 65% na Grã-Bretanha) considera o resultado das pesquisas online importantes ou muito importantes para o processo seletivo das corporações.

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? Metade dos profissionais de RH já excluiu pessoas de processos seletivos em razão de seus perfis online.

? Mais de 40% dos gestores de RH avaliam que os jovens adultos não estão cientes da responsabilidade com a qual devem lidar com seus perfis nas redes sociais.

? Mais da metade (quase 60%) dos entrevistados não costuma analisar seus próprios perfis para apagar informações que possam ser inapropriadas.

Fonte: AVG