Uma árvore em extinção, velha mas produtiva e símbolo da região, virou motivo de discussão em Lages. Localizada no Centro da cidade, a araucária passou por uma perícia técnica que pode apontar a necessidade de derrubá-la. A prefeitura garante que não, mas moradores e estudantes estão preocupados e protestam desde já.

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A planta, que fornece pinhão, está em área pública à beira da rua Vidal Ramos Júnior, onde seria a calçada, ao lado de uma casa e em frente a dois prédios. Com aproximadamente 15 metros de altura e décadas de existência, serve de abrigo e fonte de alimento para pássaros silvestres, como curucaca e gralha azul.

No fim de maio, após receber uma denúncia anônima, o Ministério Público enviou um ofício à prefeitura e à Defesa Civil questionando se haveria algum procedimento por parte destes órgãos para a derrubada da araucária. Ambos responderam que não, mas a pedido da promotoria, a Defesa Civil realizou uma perícia para analisar se a árvore estaria causando risco ao patrimônio ou à vida.

O laudo técnico deve sair nesta semana, mas o coordenador da Defesa Civil, Cezário Flores, adianta que a árvore apresenta problemas, como em parte da raiz, que está comprometida por estar apodrecida e descoberta, e em alguns galhos, muito próximos da fiação da rede elétrica.

Se o laudo apontar para a necessidade de derrubada da araucária, o proprietário do local, no caso, a prefeitura, será notificada e deverá pedir autorização à Fatma. O corte precisa ser feito pelo Corpo de Bombeiros. No entanto, até o fim da tarde desta segunda-feira, nenhum procedimento havia sido feito neste sentido.

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– Não existe nada disso. Não queremos tirar o pinheiro dali – diz o secretário municipal do Meio Ambiente, Luiz Marin.

Marin não soube dizer por que alguns técnicos da secretaria fizeram uma medição da árvore na semana passada e afixaram uma pequena placa com um número. Enquanto isso, vizinhos da araucária garantem fazer de tudo para evitar a derrubada.

Nesta segunda-feira, alguns deles e estudantes de Agronomia, Veterinária, Engenharia Florestal e Engenharia Ambiental da Udesc se postaram simbolicamente debaixo da árvore para demonstrar sua posição contrária a um eventual corte.

– A araucária remete diretamente a Lages. Se a árvore não prejudica ninguém, não tem motivo para tirar, até porque é um monumento natural – diz o estudante de Veterinária, Carlos Floriano dos Santos, 23 anos, que é de Mafra, no Planalto Norte, e mora há quatro anos em Lages.

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– Não é só a natureza que precisa se adaptar a nós. Esta árvore chegou primeiro, e nós é que precisamos nos adaptar a ela – conclui o advogado Rafael Araújo da Costa, 34.