Com um misto de expectativa de recorde de participação popular e um nível de segurança mais rigoroso que as dos antecessores, Jair Bolsonaro (PSL) tomará posse como 38º presidente da República na terça-feira, em um ato destinado a entrar para a história. Respaldado por 57,7 milhões de votos no segundo turno em outubro, 55,13%, o futuro presidente não tem medo da polêmica e da defesa de causas conservadoras e já vem mostrando estilo próprio de comunicação no período de transição.

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Essa nova era no poder nacional começa no início da tarde do dia 1º, às 14h, quando Bolsonaro deixa a Granja do Torto – uma das residências oficiais da Presidência – em direção à Catedral Metropolitana de Brasília. É lá que ele encontra o vice-presidente eleito Hamilton Mourão (PRTB) e ambos, partem, em carros separados, para um cortejo pela Esplanada dos Ministérios em direção ao Senado. Esse desfile deve ser acompanhado por uma multidão. As estimativas de público variam de 250 mil a 500 mil pessoas.

Em 2003, na primeira posse do ex-presidente Lula (PT), havia cerca de 200 mil pessoas na Esplanada. Oito anos depois, quando Dilma Rousseff (PT) chegou ao poder, a cerimônia, sob chuva, contou com 30 mil espectadores.

A posse de Bolsonaro dobrou a taxa de ocupação de hotéis na Capital Federal nesta época do ano. A expectativa de ocupação média é de 75%. Excursões são aguardadas – em Santa Catarina foram vendidos pacotes por R$ 750 prevendo viagem de ônibus e duas diárias de hotel.

Essa provável multidão vai encontrar um esquema de segurança reforçado – em parte devido a cuidados extras do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República por causa do atentado a faca sofrido por Bolsonaro no 6 de setembro durante ato de campanha na cidade mineira de Juiz de Fora. Até o momento do evento não será divulgado se o presidente eleito vai desfilar no tradicional Rolls Royce que levou seus antecessores desde os anos 1950 ou se utilizará um automóvel mais seguro.

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Carrinhos de bebês estão proibidos

Será proibida a entrada de pessoas com bebidas alcoólicas, garrafas, fogos de artifício, apontadores de laser, animais, bolsas, mochilas, máscaras, produtos inflamáveis, armas de fogo, objetos cortantes, drones e até carrinhos de bebê. Haverá revista manual e detector de metais para entrar na cerimônia. A interdição das vias para circulação de veículos começa já neste sábado, dia 29, e só termina em 2 de janeiro.

Após o desfile, será realizado no Senado o ato de posse. Presidente e vice-presidente eleitos serão recebidos no início da rampa do Congresso, na parte plana, pelos chefes do cerimonial da Câmara e do Senado, que os conduzirão pela rampa, até onde estarão os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira – que presidirá a Mesa do Congresso Nacional – que abrirá a sessão solene e conduzirá os trabalhos. Após a execução do Hino Nacional pela Banda dos Fuzileiros Navais, Bolsonaro e Mourão farão o juramento de compromisso constitucional e assinarão o termo de posse. Após empossar os eleitos, Eunício concederá a palavra ao agora presidente Jair Bolsonaro, que fará um pronunciamento ao país.

Na sequência, ele embarcará novamente no carro presidencial e seguirá para o Palácio do Planalto, onde acontecerá a última parte da cerimônia de posse. Lá, ocorrerá a tradicional passagem da faixa presidencial – de Michel Temer (MDB) para Bolsonaro, já pronto para conduzir os destinos da nação.

Carlos Moisés não estará na Capital federal

A demora para a confirmação dos horários da posse presidencial levou a uma importante ausência entre os políticos catarinenses no início da Era Bolsonaro. Colega de partido do futuro presidente, o governador eleito Carlos Moisés da Silva (PSL) chegou a cogitar ser empossado pela manhã para viajar à Brasília, mas acabou optando por ficar em Florianópolis. Mantém, assim, o comportamento dos antecessores Raimundo Colombo e Luiz Henrique da Silveira, que não participaram das posses dos petistas Lula e Dilma Rousseff.

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Quem deve ir são os deputados federais do PSL – Daniel Freitas, Caroline de Toni, Fábio Schiochet e Coronel Armando. Todos os deputados federais e senadores estão convidados para a posse no Senado. No Planalto, o acesso é mais restrito. O senador eleito Jorginho Mello (PR) estará em todos os eventos. Também eleito senador, Esperidião Amin (PP) está em viagem e sua assessoria não confirmou a presença.