O governo português decidiu pedir ajuda financeira à Comissão Europeia, anunciou o primeiro-ministro demissionário José Sócrates nesta quarta-feira, em discurso na televisão. O pedido de ajuda também foi confirmado por Bruxelas.
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Depois de resistir por meses às pressões dos mercados, assim como dos parceiros europeus, Sócrates justificou o pedido com a necessidade do país, depois de o Parlamento rejeitar seu novo programa de austeridade, o que, segundo ele, “agravou a já dramática situação financeira do país”.
– Estou firmemente convencido de que se agravará ainda mais caso nada seja feito – completou Sócrates, que renunciou em 23 de março depois da rejeição do Parlamento, abrindo o caminho para eleições em 5 de junho.
Pela manhã, Portugal leiloou um total de 1 bilhão de euros em títulos com vencimento em 6 e 12 meses, volume máximo previsto para a operação. O retorno oferecido pelos papéis, no entanto, aumentou significativamente quando comparado ao de leilões anteriores. Os títulos de 6 meses foram colocados com um yield (retorno ao investidor) médio de 5,117%, ante 2,984% na última operação do tipo, ocorrida em 2 de março. No caso dos títulos de 12 meses, o yield médio foi de 5,902%, ante 4,331% no leilão anterior, realizado em 16 de março.
Portugal precisa resgatar cerca de 4,2 bilhões de euros em bônus em abril e mais 4,9 bilhões de euros em meados de junho. Embora pareça que o governo possui os fundos necessários para o primeiro pagamento, havia dúvidas sobre se ele seria capaz de honrar o segundo pagamento. As informações são da Dow Jones.
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