Portuários estão reunidos desde terça-feira em Brasília para decidir sobre uma possível paralisação, em protesto contra a Medida Provisória (MP) 595, que altera regras para arrendamento e operação de terminais portuários privados. As conversas vão durar até quinta-feira, quando os trabalhadores decidirão se entram em greve.

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Trabalhadores de Santos já anunciaram que vão parar por seis horas na sexta-feira. Em Itajaí, até terça ainda não havia uma posição a respeito. Representantes de algumas das principais categorias de trabalhadores do porto estão em Brasília para participar das discussões.

Presidente do Sindicato dos Estivadores e diretor de Integração do Porto de Itajaí, Saul Airoso da Silva, diz que o prejuízo decorrente da MP também atingirá terminais e portos públicos.

– A Medida Provisória tem 645 emendas, que dizem respeito a vários segmentos. É sinal de que ninguém está satisfeito – destaca.

Entre outras medidas, a MP abre possibilidade de abertura de terminais fora dos portos organizados e sem as regras que eram válidas até então, como a exigência de movimentação prioritária de carga própria.

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Apreensão

Há temor de que as mudanças causem concorrência desleal e possam acarretar em falências. Os trabalhadores estão apreensivos com a possibilidade de perda de espaço e de direitos trabalhistas.

Presidente do Sindicato dos Arrumadores de Itajaí e Navegantes, Ricardo Alexandre Freitas diz que o impacto só não será maior na região porque a discussão entre terminais públicos e privados começou antes, na época da implantação de terminais privados em Santa Catarina:

– Não vamos sentir tanto porque já estamos nessa discussão há cinco anos.