Uma espera de 105 dias. Esse foi o tempo que levou para a retomada total da capacidade do embarque de grãos no Porto de São Francisco do Sul, depois que parte da estrutura de uma das duas esteiras de exportação cedeu, em 11 de março. Desde o acidente, ocorrido durante o carregamento de um navio, apenas uma delas mantinha ativo o serviço no corredor de exportação a granel, fato a ser superado a partir desta segunda-feira (25), às 7 horas.
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O religamento do equipamento ocorre depois de uma reforma completa na estrutura deste ‘Ship Loader’, com custo de R$ 8,5 milhões. Apesar de liberado hoje para uso, a conclusão da obra já ocorreu pelo menos uma semana antes e, desde então, a nova esteira passava por testes.
Para se ter uma ideia do impacto do acidente para as exportações catarinenses, em março, por questão de segurança as duas esteiras chegaram a ter o serviço interrompido por alguns dias para reforma e avaliação. Com isso, na época, o problema chegou a impedir o embarque de cerca de 30 mil toneladas de grãos diariamente na unidade. No entanto, o outro tripper voltou a funcionar e abarcou sozinho o carregamento a granel enquanto a galeria da estrutura que cedeu era refeita.
Para Luís Furtado, diretor-presidente da SCPar Porto de São Francisco do Sul, o terminal conseguiu superar a demanda no corredor de exportação antes mesmo da conclusão da obra.
— No mês passado já mantivemos fluxo normal de carregamento de cargas mesmo com apenas um Ship Loader em funcionamento. Foram embarcadas 600 mil toneladas de grãos, o que representa 80% do total carregado no mesmo mês no ano passado. Além disso, o tempo de espera dos navios ficou entre seis a sete dias, enquanto em outros portos como o de Paranaguá, leva-se até 30 dias em operações normais — afirma.
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Nesta semana os navios que chegarem já devem ser atendidos com a utilização das duas esteiras, um deles já encontra-se na barra e aguarda a chegada de mercadorias para iniciar o carregamento e seguir viagem.
Novos investimentos
De acordo com a administração da unidade portuária, a outra esteira do terminal graneleiro que realiza essas operações deve passar por um “ultrassom” e sua reforma está prevista para ocorrer em Novembro. O período foi escolhido por tratar-se da entressafra e pode levar daquele mês até janeiro para que a estrutura seja religada.
O orçamento dessa intervenção ainda não foi elaborado, mas a expectativa é de que custe mais barato que o investimento feito na recomposição da estrutura que cedeu há três meses. Isso porque não será necessária a criação de uma nova galeria como ocorreu desta vez, com custo aproximado entre R$ 2,5 milhões a R$ 3 milhões do total investido. A reforma será custeada com recursos do próprio porto.