Uma denúncia feita pela Receita Federal para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) fez com que o Porto de São Francisco do Sul fosse notificado pela fiscalização da entidade quinta-feira.

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Uma carga, que não é tóxica, mas é poluente e contém fosfato para a produção de fertilizantes, poderia acabar na baía da Babitonga.

– É uma medida preventiva. Se chover, a carga fica molhada e escorre para a baía. Isso causa poluição e é ilegal -, informou Luiz Ernesto Trein, chefe regional do Ibama em Joinville.

Ele diz que há risco e que o material não foi manuseado corretamente.

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– Existe a forma certa de descarregar este tipo de material, mas até agora não sabemos o motivo de ela não ter tido o destino correto -, argumentou Trein.

Segundo ele, um caminhão basculante deveria ficar perto do navio para receber o produto transportado por uma espécie de funil ligado à embarcação. Assim que o carregamento é concluído, o veículo deveria levar a carga ao destino correto.

Desde que a Receita Federal comunicou o fato ao Ibama, na última quarta-feira, o navio que levou a carga para São Francisco do Sul está parado no berço em que atracou, atrasando o cronograma portuário previsto e impedindo a atracação de outras embarcações.

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– A partir da denúncia, as operações foram paralisadas. É preciso devolver a carga ao navio ou retomar o descarregamento dando a ela um destino correto. Esperamos que o terminal tenha bom senso para resolver este problema o quanto antes -, afirmou o chefe regional.

De acordo com Trein, a forma de armazenamento não é ilegal. O grande risco está nas condições do tempo porque a carga está a céu aberto. Caso o produto escoe para a baía da Babitonga, o terminal deverá pagar multa por crime ambiental. A entidade está acompanhando a retirada do material junto com a Receita Federal.

Contraponto

O gerente de operações do Porto de São Francisco do Sul, Luiz Carlos Alves Lima, disse que não tinha informações completas sobre o procedimento. Ele indicou que os esclarecimentos fossem feitos pelo presidente do terminal, Paulo Corsi, ou por algum outro diretor.

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Os dirigentes indicados, assim como os operadores do navio que levou a carga para São Francisco do Sul, não foram encontrados para entrevistas até a noite de quinta-feira.