O embaixador do Brasil em Cuba, Cesário Melantonio Neto, conversou com ZH sobre de que forma a retomada das relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Cuba afeta o Brasil:

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É um dia histórico para Cuba e para os Estados Unidos. O que muda?

Depois de 53 anos, Cuba e Estados Unidos normalizaram relações diplomáticas. É uma medida extremamente construtiva para todo sistema interamericano, que vai levar evidentemente à troca de embaixadores. Vamos ter um embaixador norte-americano em Havana e um embaixador cubano em Washington.

Como o Brasil enxerga a mudança?

O Brasil vê nesse momento, em que está sendo realizada a cúpula do Mercosul no Paraná, uma grande mudança nas relações entre Estados Unidos e Cuba. Houve uma troca de prisioneiros, liberam o Alan Gross, que estava preso há cinco anos aqui (em Havana) e já está nos EUA, que, por outro lado, liberaram três cubanos que também já chegaram aqui. Agora, vamos acompanhar as conversações da retomada das relações.

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O Brasil teve algum papel nessa negociação?

Não diretamente. A participação foi através do Canadá e do Vaticano. O Brasil acompanhou as negociações aqui em Havana com muito interesse neste ano e nós ficamos muito felizes com o que aconteceu.

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A medida beneficia o porto construído com financiamento brasilero em Cuba?

(O porto de) Mariel tem uma possibilidade ainda maior nas relações comerciais no Caribe e na América Central.

Há alguma perspectiva do volume de negócios que pode gerar?

É prematuro. Vamos esperar a retomada das relações. Isso é passo a passo. Mas seguramente Mariel, principalmente no contexto do porto de Miami e do reestabelecimento de linhas plenas aéreas entre os dois países, será beneficiado.

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