Um grupo de familiares de portadores de fibrose cística, doença genética sem cura que provoca alterações no pulmões, pâncreas, fígado e intestino, realizou uma manifestação na manhã desta quinta-feira em frente ao Centro Administrativo do Governo do Estado pela falta de medicamentos essenciais para o tratamento.
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De acordo com o presidentes da Associação Catarinense de Assistência ao Mucoviscidótico (Acam), Alcione Donisete Mota, desde outubro começaram a faltar alguns medicamentos, e neste mês o problema se agravou com o fim do estoque do Creon 25mm e 10mm, remédio imprescindível para os portadores da doença em cada refeição.
— Além de caros, estes remédios não são encontrados facilmente, pois são importados. Desde outubro de 2015 já começou a faltar o complexo vitamínico Aquadeks, há cerca de três meses o Colomycin, antibiótico necessário para conter as bactérias também faltou, e a agora o Creon. Sem o Creon as pessoas não tem como se alimentar — explicou.
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Pelos registros da Acam, atualmente existem 234 pacientes em Santa Catarina que precisam dos remédios de uso contínuo para conseguirem se manter vivos. Alcione explica que a Secretaria de Saúde do Estado faz o repasse dos medicamentos para a entidade e também para as regionais, onde os pacientes buscam a medicação, mas desde que os problemas começaram não tiveram nenhuma resposta concreta sobre os motivos.
— Queremos saber o que está acontecendo. Pela informação que temos o Governo Federal custeia 80% do valor e o Estadual 20%. Precisamos de uma solução imediata, os pacientes não podem esperar mais — finalizou.
A Secretaria Estadual de Saúde respondeu, através da assessoria de imprensa, que Aquadeks tem disponibilidade no almoxarifado. A mais recente reposição foi feita no dia 13 de julho. Colomycin é um produto importado e está em andamento em licitação. Creon está em fase de negociação com o fornecedor. “Para ambos, não há prazo para reposição, mas acreditamos resolver as duas pendências no mês de agosto”, disse a assessoria.
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Fibrose Cística
A mucoviscidose, mais conhecida como fibrose cística ou apenas FC, é uma doença genética, grave, sem cura, que afeta as glândulas exócrinas, provocando alterações nos pulmões, pâncreas, fígado e intestino.
A doença surge através de genes defeituosos que passam de pais para filhos. Quando a pessoa herda o gene da fibrose cística, ela vai apresentar um “defeito” na produção das secreções, que se tornam espessas e em grande quantidade, prejudicando o bom funcionamento dos órgãos.
Fonte: ACAM – ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DE ASSISTÊNCIA AO MUCOVISCIDÓTICO