“ Uma cidade viva depende das pessoas, da apropriação do ambiente, do sentimento de pertencimento e da inexistência de barreiras que possam limitar o transitar ou a nossa segurança. Há casos no Brasil onde essa vontade partiu da sociedade ou da iniciativa privada, como praças públicas adotadas por empresas ou pelo engajamento social – transformando todo o contexto, devolvendo o movimento às áreas, antes marginalizadas. O valor veio de forma inversa e poderosa da população disposta a romper as fronteiras da territorialidade – muros, proteção, exclusão e medo. Não há dúvidas no impacto direto na qualidade, no sentimento de segurança, na troca social.
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Cidades atentas a esta questão se alimentam desse movimento pelas vias públicas, as veias que drenam a dinâmica urbana. São lugares que permitem a interação, mesclam atividades – residências, comércios, serviços, cultura, esporte e lazer. Formatadas no modelo de mobilidade eficiente, inclusiva, tornando comum o acesso, trocando a passagem pela permanência. Se for destinada preferencialmente às pessoas, melhor o efeito de socialização. E a manutenção dos patrimônios culturais e históricos, fator importante neste pensamento.
Neste panorama, equipamentos urbanos servem como poderosos estímulos, elementos estruturadores das centralidades. São capazes de amarrar as relações e garantir a vitalidade urbana. Copenhagen, Amsterdam, Barcelona, Paris, Londres, Medelín provaram que é possível.
Sinto que esse é o caminho e encontro sinergia com o olhar de profissionais que discutem e propõem soluções, muitas sem respostas do poder público. Algumas iniciativas precisam ser aplaudidas, como a revitalização do centro histórico de Florianópolis, assim como exemplos vindos de municípios vizinhos, um deles o passeio Pedra Branca (Palhoça) e a reurbanização da avenida Atlântica, de Balneário Camboriú. Em Florianópolis, ainda são poucas as obras para melhorar a infraestrutura urbana, mas as pessoas que aqui moram fazem da cidade uma extensão de suas casas.
* Colaborou Guilherme Llantada “
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