Às 16h30 da última terça-feira, o telefone tocou na sala da Central de Operações da Polícia Militar (Copom) de Curitibanos como habitualmente, mas para uma situação atípica. Do outro lado da linha atendida pelo sargento Márcio Pedrão estava Carol Laner, mãe de Isabela, de apenas 19 dias, desesperada. A bebê havia se engasgado após ser amamentada, estava sem respirar e com a pele com coloração arroxeada.
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– O nível de estresse vai lá no vermelho. Mesmo já tendo atendido vários incidentes assim, é sempre diferente. O que eu mais me preocupo é transmitir com calma o procedimento. É isso que eles precisam na hora: de calma – contou o sargento de 46 anos, por telefone, à reportagem do Diário Catarinense.
Escute o áudio da conversa entre o policial e a família:
Mesmo tenso, Pedrão conseguiu passar as orientações com calma: massagem cardíaca, respiração, tapinhas nas costas. As recomendações foram seguidas à risca pela mãe de primeira viagem, Carol, de 20 anos. Alguns segundos depois, o alívio de uma resposta positiva. A menina voltou a respirar. Apesar de tudo aparentemente bem, uma equipe da polícia foi até a casa da família, no assentamento Linha Vitória, em Lebon Régis, para levá-la ao hospital.
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Para conseguir manter a calma em momentos como esse, Márcio Pedrão passou por muito treinamento e experiência. Nos últimos cinco anos em que trabalha no Copom, o sargento recebeu cinco ligações de pais com crianças de até dois anos engasgadas. E todas foram resolvidas da mesma maneira: com muita conversa e calma.
O início do “treinamento” foi com o próprio filho. Quando o menino tinha apenas dois anos, se engasgou com um osso de frango. Sem ter o treinamento de socorrista, o sargento fez o que pôde e salvou a criança. Mas fez questão de se inscrever em um curso logo depois.
– Você fica engasgado de adrenalina. Principalmente no meu caso, que já passei exatamente por isso com o meu filho. Dá vontade de sair correndo para ajudar pessoalmente, mas você sabe que tem só cinco, dez segundos para tomar uma decisão – se emociona.
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