Estou pelo menos um ano atrasada, eu sei. Steve Jobs, por favor, perdoe essa serva que não consegue acompanhar a tecnologia, mas eu preciso falar da minha última descoberta-nada-recente.

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Que tal um aplicativo em que você pode compartilhar aqueles cliques que são constrangedores demais para ir para o Instagram só com seus amigos? Pois é, ele existe (desde 2011, aliás – shame on me!) – e se chama Snapchat. Passei imune pela febre, que aconteceu por aqui entre o fim de 2012 e os primeiros meses de 2013. Até sabia que o tal sms fotográfico-privé estava rolando solto nos smartphones alheios, mas nada que tivesse atingido meu grupinho de pessoas mais próximas. Como as coisas legais tardam, mas não falham para aparecer (pausa para o clichê), eis que, na viagem de Ano Novo, meu amigo entra no carro empolgadíssimo.

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– Tô viciado nesse aplicativo! Sério, dá para fotografar o que quiser e a pessoa só pode ver por uns segundos. Não paro de compartilhar besteiras!

Ok, a essa altura o Matheus já tinha me convencido que deveria ignorar o 3G péssimo e acessar a AppleStore logo. E tem como ser não ser fisgado automaticamente com a possibilidade de mostrar (mais) um monte de bobagens do teu dia para os amigos sem que isso fique eternizado no Facebook?

Juro que não sou facinha para novidades. Relutei em sair do Orkut por motivos de apego (e aqui, dei outras cinco justificativas para a gente ter ficado por lá) e até encarei o Twitter por alguns meses, mas logo dispensei. O Facebook foi um relacionamento complicado. Sabe quando você acaba cedendo e vai naquele bar com comida fresca, drinks esquisitos e que você tem certeza que vai detestar, mas precisa conhecer para poder falar mal? Então, assim que assumi um relacionamento aberto com a rede social do Zuckerberg. Mas com o Snapchat foi love at first sight. Rápido, certeiro e quase indolor. Sim, quase.

Logo que você abre o app, um fantasminha bem sem graça te dá boas vindas. Aparece a tela inicial, que é bem semelhante a da sua câmera do telefone. Basta mirar e fotografar, sem medo de ser feliz (ou fazer o amigo rir de você). Depois de fazer o registro, a empolgadinha aqui foi logo clicando na flechinha e enviando, até que recebeu a primeira reclamação: minhas fotos ficavam tempo demais na tela e, as vezes, não faziam sentido sozinhas (pausa para reclamar da reclamação: amigos, vocês estão com muito tempo livre para fazer tipo de análise, hein?). Você pode permitir que quem recebeu seu snapchat veja a imagem por, no máximo, 10 segundos – e, de acordo com as regras de convívio virtual que me foram repassadas, o ideal é de 4 a 6. Mas se você colocar legenda ou se puxar nos desenhos, vale deixar um pouquinho mais para que o feliz destinatário consiga admirar minimamente seu momento Romero Britto.

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Esse é o wannabe Gasparzinho que te dá um hello quando o Snapchat abre

Se perdeu na parte mensagem? Sim, se você achou a foto abstrata demais (entendedores entenderão), pode acrescentar uma legenda curtinha. Mas nem se empolgue muito porque é só uma linha de 30 e poucos caracteres. Para os artistas do Paint, a boa notícia: também é possível desenhar com um lápis colorido. Ou seja, você pode colocar lacinho no cabelo do amigo bombado, pintar o dente da colega patricinha e por aí vai.

Ok, você pode estar pensando que é melhor seguir no Instagram, que pelo menos lá você tem likes, mas vamos largar o narcisismo virtual de lado um pouquinho. A graça do Snapchat é poder compartilhar besteiras que são relevantes só para você e um – ou meia dúzia de amigos. É aquele momento incrível na festa que você queria que eles estivessem junto, é a careta que o seu gatinho fez ao espirrar, é o prato que você aprendeu a fazer e quer deixá-los com água na boca. O melhor? Tudo isso sem precisar de mil filtros para ostentar no Instagram. Quer ainda mais? 10 segundos depois o clique cai direto no limbo para o qual aquele monte de fotos do pôr-do-sol que poluem nossas timelines já deveriam ter ido.

Já imagino que você deve estar se perguntando sobre o print da tela, não é? Mas esses rapazinhos que desenvolveram o app não brincam em serviço e arrumaram um jeito de delatar os espertos que tentam guardar os cliques daquela festa para lhe chantagear no futuro. Caso quem recebeu a imagem dê um print, você recebe um aviso de que ele tem uma cópia salva. Aí é decidir se o amigo (que não sabe brincar) continua na brincadeira ou não.

Preparados para encher os amigos de snaps? Coloque a criatividade em jogo e se esbalde nos cliques.