A Polícia Militar Rodoviária (PMRv) vem espalhando sal na SC-390, na Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina, após a região ser atingida por temperaturas negativas. Até a última segunda (1º) já havia sido jogada 1,2 toneladas da substância na rodovia, de acordo com a corporação.

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A medida é comum em países frios e tem o objetivo de evitar que a umidade sobre a pista congele, já que o gelo torna as superfícies mais escorregadias e perigosas. O “derretimento” ocorre porque o cloreto de sódio (NaCl), componente principal do sal, reduz o ponto de congelamento da água.

O fenômeno químico é conhecido como “depressão do ponto de congelamento”. Ele ocorre quando um soluto não volátil, como o sal, é adicionado a um solvente puro, como a água, interrompendo a estrutura ordenada das moléculas do solvente.

Isso dificulta a formação de uma estrutura sólida (como o gelo), o que significa que uma temperatura mais baixa é necessária para congelar a solução do que para congelar o solvente puro. Por exemplo, o ponto de fusão da água pura é 0°C. No entanto, se adicionarmos 180 gramas de cloreto de sódio (NaCl) a 500 mL de água, a água só congelará em temperaturas inferiores a -22,89°C.

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Como fazem outros países

No Reino Unido, por exemplo, grandes quantidades de sal são armazenadas e distribuídas estrategicamente para manter as estradas transitáveis durante o rigoroso inverno europeu. Segundo o National Highways, o serviço responsável por operar as estradas britânicas, cerca de 280 mil toneladas de sal são armazenadas todos os anos para essa prática.

Apesar de eficaz, a solução apresenta alguns riscos ambientais, visto que o sal pode infiltrar-se em águas superficiais e subterrâneas, contaminando reservatórios de água potável e poços. A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês) explica, por exemplo, que a alta concentração de cloreto de sódio em águas superficiais é tóxica para peixes, insetos e anfíbios.

Além disso, o sal acumulado nas margens das estradas pode matar plantas e prejudicar a fauna que consome os cristais de sal. Uma solução para isso é o uso do cloreto de magnésio (MgCl2), que é considerado mais seguro, embora mais caro. Em geral, é necessário o dobro da quantidade dessa substância para cobrir a mesma área que seria coberta pelo sal.

Veja o registro da pista congelada na Serra do Rio do Rastro

*Com informações do g1

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