No dia 26 de dezembro de 2004, o mundo assistiu a um dos desastres naturais mais devastadores da história recente. Um terremoto de magnitude 9,1 no Oceano Índico desencadeou um tsunami que ceifou mais de 225 mil vidas, com ondas que atingiram até 167 pés, aproximadamente 51 metros, de altura e devastaram comunidades na Indonésia, Sri Lanka, Índia e Tailândia. O evento expôs uma dolorosa realidade: a ausência de sistemas de alerta e preparação adequada para enfrentar desastres dessa magnitude.
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Por que ninguém se preparou para o pior tsunami da história
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A falha na preparação
Antes de 2004, a região do Oceano Índico não possuía sistemas de alerta para tsunamis, como os já existentes no Pacífico. Isso ocorreu porque, historicamente, os tsunamis na área eram raros e pouco letais. Entre 1852 e 2002, apenas sete dos 50 tsunamis registrados no Oceano Índico resultaram em mortes, com um total de menos de 50 mil vítimas. Essa aparente segurança contribuiu para a falta de investimento em medidas preventivas.
Enquanto isso, países como o Japão, localizados no “Círculo de Fogo do Pacífico”, mantinham sistemas avançados de monitoramento sísmico e ensaios regulares de evacuação. No caso do Oceano Índico, a inexistência de uma estrutura semelhante deixou 1,5 bilhão de pessoas vulneráveis ao desastre.
Como o desastre se desenrolou
O terremoto subaquático desencadeou uma liberação de energia equivalente a 23 mil bombas atômicas de Hiroshima, levantando o fundo do oceano e criando ondas que avançaram a até 800 km/h. Em poucas horas, o tsunami atingiu a costa de diversos países, destruindo cidades inteiras e deixando um rastro de destruição. Em Aceh, na Indonésia, uma onda de 30 metros matou um quarto da população local.
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O impacto global e a resposta
A tragédia mobilizou ações no mundo todo. Um fundo de socorro, liderado pela ONU, arrecadou R$ 37 bilhões, direcionando o valor principalmente para a Indonésia e a Sri Lanka. No entanto, o desastre também provocou uma revolução na forma como os países, e seus respectivos líderes, lidam com os tsunamis.
Em 2005, foi criado o Sistema de Alerta e Mitigação de Tsunamis do Oceano Índico, coordenado pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental. Esse sistema monitora sinais de tsunamis em 27 países e alerta rapidamente as comunidades costeiras. Tecnologias como sensores submarinos e boias de monitoramento foram instaladas, complementadas por sistemas semelhantes nos oceanos Atlântico e Pacífico.
Além disso, programas de educação foram implementados para treinar comunidades locais sobre como agir em caso de alerta, aumentando as chances de sobrevivência.
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O legado do tsunami de 2004
Embora essas iniciativas não possam apagar as perdas de 2004, elas representam um esforço global para prevenir tragédias futuras. A história de sobreviventes como Supharat Srilao, que viu seu filho ser arrancado de seus braços pela onda, ressalta a importância da preparação. Felizmente, ela encontrou seu filho vivo dias depois, mas milhões de famílias não tiveram a mesma sorte.
20 anos depois, o tsunami de 2004 serve como um lembrete sombrio de que a natureza é imprevisível, mas a ciência e a cooperação internacional podem salvar vidas. Quando o próximo grande tsunami atingir, as comunidades estarão mais preparadas para enfrentar a força avassaladora do mar.
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