Maior acesso e ampliação no leque de cursos nas universidade públicas são os principais fatores para a criação do “Mais Universidade”, movimento que quer cursos de áreas além das exatas na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em Joinville.
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Para o grupo, a mudança pode resultar, principalmente, em mais pessoas nas universidades, incluindo a população com menor renda, melhorando a formação para o mercado de trabalho e as condições de vida das famílias. Para a advogada e integrante do movimento, Cássia Sant’Anna, a proposta prevê reduzir as desigualdades sociais e encerrar um ciclo de pobreza por meio da educação.
— A abertura de novos cursos públicos também contribuirá para o desenvolvimento intelectual, a realização de pesquisas científicas, a qualificação profissional, a transformação do mercado de trabalho e da economia da cidade — explica.
Conforme ela, com a chegada de cursos na área da saúde, como medicina, seria possível a criação de um Hospital Escola para atender a população e ajudando a desafogar o sistema público da cidade.
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De acordo com o diretor-geral da UFSC Joinville, Diego Greff, a universidade está aberta aos interesses e demandas da comunidade. Ele classifica como “relevante” a ideia ter cursos de humanas no campus da cidade. Inclusive, a reitoria já conversa com o Ministério da Educação (MEC) para aumentar as opções.
O diretor ressalta que o foco histórico em cursos de exatas e tecnológicos se dá pelo perfil industrial em que a cidade se desenvolveu. No entanto, ele diz ser necessário avançar e oferecer graduação em áreas humanas e de saúde na UFSC Joinville.
Cássia ainda destaca que o movimento já dialogou com a UFSC e Udesc. Em ambas as universidades o recebimento foi positivo.
— Há um interesse nessa ampliação e no diálogo com a sociedade. No movimento tem representantes das universidades e institutos. Estamos nos organizando para reunir e formalizar todas as demandas e articular também com políticos — afirma.
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Verbas para novos cursos
O aumento de cursos deve aumentar os custos das universidades na cidade, já que deve ampliar o número de profissionais e o consumo de materiais das instituições, por exemplo. Conforme Cássia, o movimento tem recebido informações do aspecto financeiro dos representantes das faculdades. Além disso, ela cita o programa Universidade Gratuita, do governo estadual, para refletir sobre as faculdades públicas.
— Se há todo esse recurso para as universidades comunitárias e privadas, há também para as universidades públicas que já são gratuitas. Nossa articulação a nível federal visa o reajuste de repasses para as universidades e institutos federais e também estaduais, para que atendam todas essas demandas necessárias — explica.
Já o diretor da UFSC Joinville ressalta ser necessário criar propostas e projetos de novos cursos, além de buscar apoio com a população, prefeituras e políticos da região. Em seguida, a ideia é levar as ideias ao MEC e outros ministérios do governo federal.
— Educação pública, gratuita e de qualidade não é despesa, é investimento para o estado e para o país — pontua.
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“Um mundo mais justo”, diz integrante do grupo
Para a advogada e integrante do Mais Universidade, Cássia Sant’ Anna, as expectativas são as melhores possíveis, pois a ideia prevê a produção de conhecimento, melhorando a vida para população da região Norte de Santa Catarina.
— Estamos falando de acesso à educação pública, em geração de novos empregos e oportunidades para profissionais com essa ampliação de cursos — analisa.
Para ela, os políticos também devem aderir à proposta, aumentando o apoio para a iniciativa.
— Não é possível imaginar que políticos possam ser contrários à educação da população, contra a melhoria de vida de toda a sociedade — destaca.
Cássia ainda complementa dizendo que aumentar a quantidade de cursos seriam proporcionar o ensino superior para os jovens, adultos e idosos da cidade.
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— Terem como perspectiva a educação, o aprendizado e o desenvolvimento científico para a construção de um mundo mais justo e melhor para se viver — finaliza.
A reportagem do AN procurou a Udesc, mas não teve retorno a publicação desta reportagem.
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