Os moradores de Blumenau afetados pela falta de água generalizada na cidade entre o fim do ano passado e o começo de 2024 não terão desconto na fatura. Essa era uma das medidas pontuadas pela Câmara de Vereadores como forma de compensar quem sofreu com torneiras secas no auge dessa temporada verão. Entretanto, o presidente do Samae, André Espezim, disse, nesta quinta-feira (29), que isso só é possível quando a água que chegou aos imóveis não estava própria para o consumo.
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O vereador Carlos Wagner, o Alemão (União), questionou o fato de moradores pagarem tarifa mínima para consumir 10 metros cúbicos de água, enquanto alguns não viram nem metade disso chegar às torneiras nos últimos meses. A explicação do presidente é de que o valor cobrado inclui outros custos além da água propriamente dita. Nesse montante estão, segundo Espezim, as despesas de implantação e manutenção da rede e folha de pagamento dos funcionários da autarquia.
— Seria renúncia de receita — afirmou o gestor durante a prestação de esclarecimentos na Câmara.
Ele exemplificou citando a iniciativa da prefeitura de Itajaí, que apresentou projeto de lei para conceder desconto aos moradores por causa de problemas no abastecimento. A diferença é que no litoral a água chegou às torneiras, porém suja. Em Blumenau, ela muitas vezes não chegou e, neste caso, não seria possível fazer o chamado abono pecuniário, que é uma espécie de indenização ao consumidor. O Samae afirma não ter uma estimativa de quantas pessoas sofreram desabastecimento nesse período.
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Porém, técnicos do Samae ouvidos pela reportagem dizem que o problema afetou de alguma forma cerca de 60% da população. A explicação para o problema é a mesma mostrada pelo NSC Total Blumenau em dezembro do ano passado. As estruturas de captação, tratamento e distribuição existentes são muito antigas e isso exige constantes reparos. E o principal, de acordo com a própria autarquia: estão no limite da capacidade para atender os 361 mil habitantes.
A novidade que se ouviu de Espezim na sessão da Câmara de Vereadores foi sobre os contratos de manutenção de rede. Blumenau passou novembro e dezembro sem uma empresa para prestar esse serviço porque estava em fase de licitação. Quando começou uma “enxurrada” de vazamentos nas tubulações, a autarquia precisou agir apenas com a mão de obra própria, que é pequena. Só em janeiro uma nova contratada assumiu o trabalho, segundo o Samae.
A solução está em obras de grande porte, como aquisição de duas Estações de Tratamentos de Água (ETAs) compactas e ampliação da ETA 2, responsável atualmente por levar água a 70% da cidade. Essas ações estão sendo encaminhadas, mas ainda sem prazo para se tornar realidade. A esperança está na afirmação de Espezim de que no próximo verão não haverá desabastecimento na cidade.
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