(Foto: Arte NSC Total)

Em 2013, uma empresa americana chamada DeepMind Technologies, desenvolveu um estudo que buscava compreender a agilidade de aprendizagem humana e robótica relacionada a um jogo de videogame. Os resultados disso trouxeram à tona algumas reflexões importantes de serem compartilhadas.

Continua depois da publicidade

Os próximos passos da evolução da inteligência artificial em diversos segmentos do mercado são altamente promissores. Esta perspectiva de crescimento se dá devido a grande importância desta pauta no mercado atual; a quantidade de empresas que têm se preocupado em incorporar esta tecnologia em serviços de experiência ao cliente; e ao aumento de plataformas (nacionais e internacionais) para ajudar as organizações a aplicarem a I.A. em suas rotinas de trabalho.

Embora tudo isso aconteça de forma muito rápida, ainda fala-se sobre a velocidade de aprendizado de um robô quando comparado ao potencial humano. A startup americana DeepMind Technologies, que é líder mundial em pesquisa de inteligência artificial e sua aplicação para impacto positivo, publicou em 2013 um artigo inovador mostrando como uma rede neural (robô) poderia aprender a jogar videogames assim como os humanos — olhando para a tela.

Alguns meses depois, o Google comprou a empresa por U$ 400 milhões. Isso significa claramente um interesse no aprofundamento de estudos como este e, desde então, a DeepMind aplicou o aprendizado profundo em uma série de situações.

Continua depois da publicidade

Mas qual foi o resultado deste estudo?

O jogo usado na pesquisa funcionava da seguinte forma: duas equipes de jogadores individuais competem em um determinado mapa com o objetivo de capturar a bandeira do time adversário enquanto protegem a própria. Para obter vantagem tática, eles podem marcar os membros da equipe adversária para enviá-los de volta aos seus pontos de desova. A equipe com mais capturas após cinco minutos vence.

O teste incluiu 40 jogadores humanos, nos quais humanos e agentes (robôs) são aleatoriamente combinados em jogos — tanto como adversários quanto como companheiros de equipe.

Tech SC: acompanhe as principais notícias sobre o universo da tecnologia em SC​​

Ao final do estudo, notou-se que a inteligência artificial (os agentes) obtiveram tempos de reação muito rápidos e foram muito precisos. Por sua vez, os jogadores humanos são comparativamente lentos para processar e agir sobre a entrada sensorial, devido a sinalização biológica mais lenta.

Isso quer dizer que o desempenho acima do esperado dos robôs pode ser resultado de seu processamento visual e controle motor mais rápido. No entanto, reduzindo artificialmente a precisão e o tempo de reação — os colocando sob as mesmas condições de aprendizagem humanas — este era o único fator de destaque entre eles.

Continua depois da publicidade

Estes resultados iniciais indicam que objetos de inteligência artificial podem desempenhar um papel (neste caso no cenário do jogo proposto) de forma competitiva, e estão começando a desafiar as habilidades dos humanos.

Neste contexto, a DeepMind destaca o quanto este formato de treinamento em conjunto (humanos e agentes artificiais) podem avançar o desenvolvimento da I.A., pois força o desenvolvimento de agentes robustos que podem até mesmo se unir aos humanos.

"Nosso trabalho dá os primeiros passos para quantificar a importância de várias prioridades que os humanos empregam na resolução de videogames e na compreensão de como o conhecimento prévio torna os humanos bons em tarefas tão complexas", acrescentam.

Isso sugere um caminho interessante para os cientistas da computação que trabalham com inteligência de máquina — para programar suas cargas com o mesmo conhecimento básico que os humanos aprendem desde cedo. Desta forma, as máquinas devem ser capazes de alcançar os humanos em sua velocidade de aprendizado, e talvez até superá-las.

Continua depois da publicidade

Fontes: Technology Review; DeepMind.

*Henrique Bilbao é diretor comercial da Ezok