A lista de pré-candidatos a presidente da República nas eleições de 2026 ganhou um novo nome no início deste ano. O cantor sertanejo Gusttavo Lima revelou a intenção de entrar para a política e concorrer ao cargo. Poucas semanas após o anúncio, o artista já teve uma notícia favorável. A pesquisa Genial/Quaest divulgada no início de fevereiro mostrou o sertanejo como o rival mais competitivo em um cenário contra o atual presidente Lula (PT).

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Gusttavo Lima apareceu na pesquisa com 12% das intenções de voto, em empate técnico com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que apareceu com 12% — Lula lidera o levantamento, com 30%. Em cenários de segundo turno, o cantor era o que perdia pela menor diferença para o petista, com placar de 41% a 35%.

O desejo de disputar a eleição foi revelada pelo cantor Gusttavo Lima no início de janeiro, em entrevista ao portal Metrópoles. Na ocasião, ele disse que a decisão ocorre porque “o Brasil precisa de alternativas”.

— Estou cansado de ver o povo passar necessidade sem poder fazer muito para ajudar. Eu mesmo enfrentei muitas dificuldades na vida, mas aproveitei as oportunidades que recebi. Vim de uma condição bastante humilde, cheguei a perder três dentes, mas, claro, tive condições de me tratar, condição que muita gente não tem — afirmou, na entrevista ao Metrópoles.

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Embora tenha declarado apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro em outras eleições, Gusttavo Lima não quis se vincular diretamente ao projeto bolsonarista e iniciou o projeto político pregando conciliação.

— Chega dessa história de direita e de esquerda. Não é sobre isso, é sobre fazer um gesto para o país, no sentido de colocar o meu conhecimento em benefício de um projeto para unir a população — disse.

Relação com governador de Goiás

Gusttavo Lima é amigo do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), que também é pré-candidato a presidente em 2026. Nas últimas semanas, Caiado e Gusttavo Lima conversaram e o governador convidou o sertanejo para participar de viagens que pretendem fazer pelo país a partir de março para nacionalizar o nome até as eleições do ano passado.

Curiosamente, na pesquisa Genial/Quaest o cantor apareceu à frente de Caiado, que não passou de 4% das intenções de voto no levantamento.

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O cantor também não tem filiação partidária. A proximidade com Caiado já ensejou convites para que ele se filie ao União Brasil, mas até o momento o artista não divulgou qual deve ser seu futuro partidário.

Conhecimento do eleitor ajuda arrancada

Para cientistas políticos, o bom desempenho de Gusttavo Lima logo na primeira pesquisa em que teve o nome citado se deve ao fato de ser conhecido pela maioria do eleitorado. O diretor da Quaest, Felipe Nunes, relacionou diretamente o desempenho do cantor ao nível de conhecimento da população sobre ele. O levantamento mostrou que apenas 21% dos entrevistados não conhecem Gusttavo Lima. O governador Caiado, por exemplo, é desconhecido de nada menos que 68% dos eleitores, e o chefe do governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, não é conhecido por 45%.

O fato de ser uma personalidade até então de fora da política também é visto como um possível trunfo do sertanejo caso decida levar adiante a ideia de se candidatar. O sucesso de figuras “outsiders” como o ex-coach Pablo Marçal, que quase conseguiu uma vaga no segundo turno da eleição para a prefeitura de São Paulo em 2024, e até mesmo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que embora tenha sido deputado federal por 30 anos, conseguiu vincular a imagem a um perfil de alguém de fora do sistema político da época, ajudam a explicar a vantagem inicial apontada do cantor apresentada no levantamento.

Operação contra bets

Em 2024, Gusttavo Lima enfrentou uma crise na carreira após ser apontado como suposto envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro que envolveria sites de apostas esportivas (as chamadas “bets”). O cantor chegou a ter a prisão preventiva solicitada, mas a ordem foi revogada antes do cumprimento. O cantor sempre negou qualquer envolvimento no caso. Em dezembro, o Ministério Público de Pernambuco (MP-PE) arquivou as investigações contra o artista.

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