Quem for assistir às tradicionais festas de fim de ano em dois dos principais destinos de Santa Catarina no Réveillon, Florianópolis e Balneário Camboriú, terá neste ano uma novidade nos céus. Shows de drones vão colorir a paisagem e formar imagens para dar as boas-vindas a 2024.
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O show de drones em Florianópolis terá 300 aeronaves em voos coordenados e deve ocorrer pouco antes da meia-noite. A cidade não terá queima de fogos de artifício, apenas uma cascata silenciosa na Ponte Hercílio Luz e outras atrações, como canhões de laser e projeções de imagens com cortinas d’água.
Ao anunciar as atrações da festa e o show de drones, o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, defendeu as novidades que substituem os shows pirotécnicos.
— Sabemos que muita gente gosta dos fogos de artifício, mas esse show é algo nunca visto em um Réveillon no Brasil. É um espetáculo inovador, tecnológico, mais sustentável, e que respeita o limite de todos. Protege os idosos, pessoas que vivem com transtorno do espectro autista, pessoas com hipersensibilidade auditiva, crianças pequenas e ainda, os animais — afirmou na ocasião.
Em Balneário Camboriú o espetáculo é anunciado como o maior show de drones da América Latina. As 1 mil pequenas aeronaves não tripuladas vieram dos Emirados Árabes e serão operadas por inteligência artificial. A exibição entrou nos planos do município após a oferta de presente pelo governo de Abu Dhabi. A doação foi resultado de uma visita para apresentar a “Dubai brasileira” aos árabes. O espetáculo com as aeronaves ocorre pouco antes da meia-noite, e na hora da virada para 2024 haverá queima de fogos de artifício.
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Balneário Camboriú pretende manter queima de fogos
A prefeitura de Balneário Camboriú comemora o fato de a novidade estar deixando o município em evidência, mas deixa claro que não pensa no espetáculo de drones como substituto da queima de fogos de artifício. O espetáculo é visto como uma atração a mais para a festa da virada. O município aposta nos últimos anos nos fogos de baixo estampido, com menor ruído, mas não pretende abrir mão do show pirotécnico.
— O mundo tem evolução constante e o show de drones é um evento muito forte em outros países. É um complemento, tudo que venha a somar para trazer mais visitantes deve ser considerado. Mas Balneário Camboriú tem a tradição de realizar o show de fogos, busca todo ano aprimorar essa atração e muito do movimento do fim do ano que temos é em razão desse evento — afirma o secretário de Turismo de Balneário Camboriú, Thiago Velasquez.
As manobras dos drones não serão novidades apenas nas festas de Réveillon em Santa Catarina. Na tradicional virada do ano em Copacabana, no Rio de Janeiro, as aeronaves não tripuladas também serão uma das atrações. Fortaleza, no Ceará, seguirá o mesmo formato de Florianópolis e terá apenas os drones entre as atrações, sem queima de fogos. No Réveillon do ano passado, a tecnologia dos drones já havia sido utilizada na festa de Santos (SP), para projetar no céu imagens em homenagens a Pelé, que morreu dias antes da celebração.
Confira fotos sobre o Réveillon de Florianópolis
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Prática pode virar tendência para Réveillon
O uso de drones para projetar imagens no céu em eventos ganha cada vez mais espaço frente aos tradicionais fogos de artifício por diversos fatores. A possibilidade de montar efeitos visuais sem barulho e também sem poluição é vista como o principal diferencial.
A nova tecnologia passa a estar mais presente em eventos no momento em que aumenta a rejeição aos fogos de artifício. O motivo são os efeitos do barulho das explosões, que prejudica animais de estimação, crianças, idosos e também pessoas com autismo, por exemplo.
O professor de Eletrotécnica do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Gabriel Beu Nogueira de Macedo, coordenador de uma equipe de competição de drones da instituição, compara que enquanto os fogos geram fumaça e resíduos, os drones permitem a elaboração de imagens sem esses impactos.
— Provavelmente em cidades com cuidado maior com meio ambiente e com os animais isso será uma tendência para os próximos anos — projeta.
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Segundo ele, em países como os Estados Unidos e a China as apresentações com uso de drones na formação de figuras também têm ganhado força.
— A apresentação pode funcionar como o efeito da TV, em que cada drone representa um pixel e ilumina de uma cor. Nesse caso, quanto mais drones houver, melhor vai ser essa visualização. As imagens podem ter movimento, podem ser em 3D.
O pesquisador lembra que as empresas do ramo têm apostado muito em pesquisas que permitam o voo coordenado dos drones, sem que os equipamentos se choquem ou se distanciem demais, e também favoreçam a transição das aeronaves não tripuladas entre uma imagem e outra.
Além do recente uso em apresentações no céu durante eventos, a tecnologia dos drones vem sendo testada também como solução para tarefas como transporte de cargas, controle de estoque em galpões e centros de distribuição, medições de terrenos, aplicação de defensivos de forma localizada na agricultura e manutenção de linhas de transmissão de energia elétrica, uma atividade hoje considerada de risco para os profissionais envolvidos.
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— Esse uso em eventos também ajuda a transformar a tecnologia em algo mais amigável, fazendo com que as pessoas fiquem mais familiarizadas com ela. Se mais tarde precisarmos ter drones usados para logística de transporte para entregar um medicamento, por exemplo, a população vai aceitar melhor essa ideia — avalia.
Veja imagens do Réveillon de Balneário Camboriú
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