A Antártica está passando por um processo acelerado de “verdejamento”, ou seja, um aumento da cobertura vegetal na Península Antártica. A área coberta por vegetação aumentou em mais de dez vezes nos últimos 40 anos. Cientistas emitiram um alerta sobre isso nesta quarta-feira (4). As informações são do g1.
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Em 1986, a área coberta por vegetação na Península Antártica era de menos de um quilômetro quadrado. Em 2021, ela alcançou quase 12 quilômetros quadrados. Isso pode não parecer tão ruim, mas, segundo cientistas das universidades de Exeter, Hertfordshire e do British Antarctic Survey, isso significa um aumento rápido da temperatura.
A pesquisa usou imagens de satélite para analisar a região e outras áreas polares, concluindo que existe um aquecimento mais acelerado nestes locais que a média global, com eventos de calor extremo cada vez mais frequentes.
Nesta semana, uma estimativa do Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos EUA (NSIDC), mostrou inclusive que o continente gelado atingiu seu segundo menor pico de gelo marinho este ano. O valor equivale a 17,16 milhões de quilômetros quadrados, o segundo menor número registrado em 46 anos de monitoramento por satélite do centro. O recorde de mínima foi alcançado em 2023.
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“Essa queda acentuada no gelo marinho do inverno austral nos últimos dois anos reforça os efeitos de um oceano excepcionalmente quente sobre o clima antártico”, afirma o pesquisador Ted Scambos, do Instituto Cooperativo de Pesquisas em Ciências Ambientais (CIRES), em um comunicado do NSIDC.
Segundo o NSIDC, essa taxa ainda é preliminar, e pode aumentar devido a condições meteorológicas.
Um relatório completo deve ser divulgado em outubro, detalhando as possíveis causas desse fenômeno, aspectos relevantes da temporada de crescimento e comparações gráficas com o histórico de longo prazo.
No entanto, ainda conforme o estudo divulgado na revista científica Nature, já é possível constatar com clareza que, entre 2016 e 2021, o crescimento da vegetação do continente acelerou significativamente, com uma expansão de mais de 400 mil metros quadrados por ano. Estudos anteriores, com amostras de ecossistemas dominados por musgo, já apontavam que o crescimento das plantas havia se intensificado.
— A paisagem ainda é quase totalmente dominada por neve, gelo e rochas, com apenas uma pequena fração colonizada por vegetação. No entanto, essa fração cresceu de forma dramática – mostrando que até mesmo essa vasta e isolada ‘natureza selvagem’ está sendo impactada pelas mudanças climáticas causadas pelo homem — diz Thomas Roland, pesquisador da Universidade de Exeter.
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