Em referendo realizado no último domingo (3), os venezuelanos aprovaram a transformação do território de Essequibo, que atualmente faz parte da Guiana, em um Estado da Venezuela. Segundo o governo de Nicolás Maduro, mais de 95% dos eleitores votaram a favor da questão na consulta pública. Após o resultado do referendo, Maduro disse que “o povo da Venezuela falou alto e em bom som para lutar”. Não está claro, porém, quais os próximos passos do país na reivindicação do território. As informações são do g1 e da Agência Brasil.

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Disputada há mais de um século, a província de Essequibo tem cerca de 160 mil quilômetros quadrados e responde por cerca de 75% do território da Guiana. Em 2015, foram descobertas grandes reservas de petróleo na costa da região, reacendendo a disputa territorial.

Já o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, disse que a população guianesa viu o referendo com suspeita, mas afirmou que “não há nada a temer nas próximas horas, dias e meses”. No fim de novembro, o governo guianense hasteou uma bandeira em Essequibo e anunciou que pretendia criar bases militares na região, com o apoio de estrangeiros, principalmente dos Estados Unidos.

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Brasil reforça defesa na fronteira

Ainda assim, há movimentos de tropas na região. Na quarta-feira (29), o Ministério da Defesa do Brasil anunciou o envio de 70 militares a Pacaraima, cidade de Roraima próxima à tríplice fronteira Brasil-Venezuela-Guiana. A intenção é evitar o trânsito de militares venezuelanos pelo território brasileiro.

O Brasil também atua diplomaticamente. Antes do referendo, o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, viajou à Venezuela para alertar Nicolás Maduro sobre a crescente tensão na região.

Entenda a disputa histórica

Essequibo é administrada pela Guiana desde 1966, quando o país se tornou independente do Reino Unido. O governo guianense justifica o controle da região com base no Laudo Arbitral de Paris, de 1899, que estabeleceu a atual fronteira com a Venezuela.

A Venezuela, por sua vez, afirma que Essequibo é dela porque assim consta em um acordo firmado em 1966 com o Reino Unido, antes da independência da Guiana, no qual o Laudo Arbitral foi anulado e se estabeleceram bases para uma solução negociada.

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Desde então, o caso está na mão da Corte Internacional de Justiça (CIJ) da ONU, localizada em Haia. Ainda é incerto quando o tribunal irá proferir uma decisão final sobre a administração de Essequibo. Na última sexta (1º), porém, a Corte proibiu a Venezuela de tomar qualquer medida que pudesse mudar a situação na área.

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