O consumidor catarinense já está pagando mais caro a conta de energia. Conforme informado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) analisou o pedido da Celesc e decidiu aplicar aumento de 22,47% na conta de energia para residências. No mês passado, a distribuidora catarinense havia pedido um reajuste de 20,42%. Ganhou mais que o solicitado, uma decisão inédita.

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Hora de economizar. Órgãos técnicos já divulgam o “como fazer” para pagar menos. Não vamos aqui entrar nos detalhes. Duas perguntas, porém, não querem calar: primeiro, quais os critérios que foram considerados pela Aneel para autorizar aumento maior do que o solicitado? E por que o consumidor não foi, ou é, informado desses aspectos que lhe dizem respeito?

Mais uma vez, as coisas são decididas nos gabinetes, sem que a parte interessada seja minimamente informada. Como sempre, discutir com o consumidor parece ser perda de tempo. Que pelo menos fosse informado! Lembramos que o aumento vai mexer com o bolso de todas as famílias. A informação que recebemos não faz distinção entre baixo ou alto consumo. Para fins de cálculo do ICMS, o consumo mensal de até 150 quilowatts sofre incidência de 12% do imposto. Consumo acima desse valor, a alíquota sobe para 25%.

Ou seja, energia elétrica, pasme o leitor, é artigo supérfluo para milhares de residências que consumam mais que 150 kW/mês! Ligeira pesquisa mostra que a maioria das famílias de SC está no patamar superior – e nem por isso constituem a “elite” brasileira. Quem tem TV, geladeira, máquina de lavar roupa, chuveiro, ferro de passar etc. em casa consome mais que 150 kW/ mês. A classe média-baixa e a média-média é que vão sofrer o impacto principal do aumento. Então, por que 22,62% de aumento se nos últimos quatro anos houve reajustes da tarifa, acumulados, de mais de 20%? Tal fato invalida o argumento de que o reajuste “apenas acompanhou a inflação”. Na realidade, tivemos um aumento e merecemos uma explicação!

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