O esgoto de um loteamento com mais de 150 casas e do Presídio Regional de Jaraguá do Sul, com mais de 200 internos, está sendo despejado diretamente direto no rio Jaraguá.

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Esta é a situação no bairro Jaraguá 84, onde, por causa de um problema com a fossa séptica responsável pelo tratamento dos dejetos, o Samae foi obrigado a desviar o esgoto não tratado para um riacho que desemboca no rio.

A zeladora Luciana Rodrigues mora com a família ao lado da fossa. Para ela, o problema com o esgoto é uma incomodação diária, não só pelo mau cheiro e pelas moscas que infestam sua casa, mas por causa de entupimentos na tubulação.

– Há quase um mês essa fossa entupiu e o esgoto voltou pelos ralos e pelo vaso sanitário. Minha casa ficou alagada e vocês não imaginam o que veio com essa água. Pagamos a conta do tratamento de esgoto para eles jogarem direto no rio – diz, mostrando a fatura.

Operários de uma empresa contratada pelo Samae estão limpando a fossa que entupiu e isso aumenta o mau cheio na região. Segundo o assessor de gestão ambiental do Samae, Leocádio Neves e Silva, não existe outra alternativa senão desviar o esgoto para o riacho.

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– Tecnicamente não temos alternativa. É um volume muito grande de esgoto que chega e não existem caminhões suficientes para recolher todo o material – diz.

Ele reconhece que nunca foi pensado em um plano alternativo caso ocorressem problemas. O técnico esclarece que o entupimento aconteceu por causa dos materiais impróprios que são jogados na rede de esgoto e por causa de um erro na construção da fossa, há dez anos.

Na época, a estrutura de madeira que serve como base para a colocação do concreto da construção não foi retirada depois da conclusão da obra. Essa madeira, que ficou dentro da fossa, ajuda a reter materiais como areia, tampas de garrafa, camisinhas e sacolas plásticas, que causaram o entupimento.

Além desses materiais, foi encontrada uma grande quantidade de gordura saturada, material que deve ser retido nas caixas de gordura das casas. Essa gordura não é dissolvida pelas bactérias que atuam na matéria orgânica e acaba se acumulando na tubulação.

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A previsão é de que até sexta-feira a obra de desentupimento da fossa esteja concluída e que o esgoto volte a ser tratado.

Fujama vai notificar o Samae

Na tarde desta quarta-feira, a Fundação Jaraguaense do Meio Ambiente (Fujama) foi fiscalizar a obra do esgoto no Jaraguá 84 e verificar a situação do esgoto que é jogado sem tratamento no rio.

Segundo o presidente da Fujama, César Rocha, a equipe constatou que não existe uma alternativa técnica para o tratamento do esgoto do loteamento. Apesar disso, a Fujama vai notificar o Samae e exigir uma explicação sobre como o problema aconteceu.

Além disso, vai pedir para que o Samae apresente um projeto de compensação ambiental e exigir a limpeza da região por onde o esgoto correu durante os dias da obra.

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