O avanço tem que ser no sentido de materialização de obras que

minimizem os impactos de altos índices pluviométricos. Cabe a todos

cobrar políticas públicas que evitem novas enchentes.

Depois de um fim de semana tenso e com inundações confirmadas em 70 cidades catarinenses, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, veio ao Estado segunda-feira para prestar solidariedade aos catarinenses, percorrer as regiões mais afetadas e colocar o governo federal à disposição nesta difícil etapa de reconstrução. Impressionado com a mobilização para enfrentamento da situação, ressaltada no editorial da edição de ontem do DC, o ministro falou aos interlocutores que a intenção é fazer de Santa Catarina uma referência nacional em prevenção de desastres. Existe aqui, segundo ele, um sentimento de preparação para alertas extremos. Sim, a percepção está correta.

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Neste quesito, o Estado fez a lição de casa e já consegue se antecipar aos problemas, com serenidade, articulação, troca de informações entre órgãos públicos e uso eficiente das redes sociais para compartilhamento de alertas.Santa Catarina mostrou efetivamente que está mais preparada diante de emergências. Trabalhos como os desenvolvidos pelo Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), criado em 2005 e com sede em Brasília, são fundamentais no suporte às defesas civis municipais. E devem receber cada vez mais apoio do poder público.

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Mas a visita do ministro Bezerra, que ontem representava a presidente da República, Dilma Rousseff, em Santa Catarina, alerta para a necessidade de avanços na prevenção dos desastres. O avanço tem que ser no sentido de materialização de obras que minimizem os impactos de índices pluviométricos acima da média, como os ocorridos no fim de semana. Cabe a todos cobrar políticas públicas objetivas que evitem a repetição das enchentes que têm assolado o Estado com frequência, causando destruição, prejuízos econômicos, problemas sociais e até mortes.

Entram no pacote de ações governamentais – União, Estados e municípios -construção de seis novas barragens, ampliação da capacidade das barragens de Taió e de Ituporanga, melhoria de escoamento de rios e instalação de um radar meteorológico de propagação de ondas magnéticas. Segundo o governo federal, o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Respostas a Desastres Naturais prevê recursos de R$ 18,8 bilhões para ações de prevenção, mapeamento de áreas de risco, monitoramento, alerta e resposta.

A justa reivindicação do Estado de Santa Catarina é no sentido de que, com o devido apoio financeiro federal, as obras virem realidade e que os dramas revividos por milhares de catarinenses nos últimos dias sejam, em pouco tempo, coisa do passado.