A oito meses do início dos Jogos Rio 2016, a ginástica brasileira perdeu uma de suas principais referências na preparação olímpica. O técnico ucraniano Oleg Ostapenko, famoso por guiar Daiane dos Santos rumo à classificação para Atenas, em 2004, foi vítima de um corte de gastos que atinge a modalidade e deixará o país.
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O Centro de Treinamento de Ginástica de Curitiba (Cegin), antiga sede da Seleção Brasileira, não conseguiu honrar os compromissos com o profissional neste ano por meio da captação de recursos privados, via Lei de Incentivo Fiscal ao Esporte.
O projeto original para manter toda a estrutura do local em funcionamento era de cerca de R$ 2 milhões, mas o total obtido na última tentativa, em junho, foi de RS 1,1 milhão.
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Ostapenko era o treinador-chefe do Cegin e acompanhava as ginastas do clube na Seleção. Ele viaja para a Ucrânia no sábado com sua mulher Nadja, especialista em coreografias nas séries de solo. O casal pode aceitar proposta para trabalhar na Bielorrúsia, que passa por reestruturação no esporte.
Imagem: Júlio Cordeiro/Agência RBS
– Não conseguimos os recursos necessários para mantê-lo. Está certo que ele não fica. Até junho deste ano, captamos o previsto. Depois, não atingimos o mesmo valor e tivemos de fazer vários cortes, algo em torno de 50% do projeto original – disse a presidente do Cegin, Eliane Martins.
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Além de não poder pagar o salário do treinador, o clube teve de conter despesas na preparação das ginastas das categorias de base e da equipe médica para se adaptar à nova realidade. A ucraniana Irina Iliachenko assumirá o cargo de treinadora-chefe.
Ostapenko foi o técnico de Daiane dos Santos na conquista do Mundial de solo em 2003. Ele estava no país desde 2012, quando iniciou sua segunda passagem. Antes, trabalhou no Brasil entre 2002 e 2008, período em que assumiu a função de treinador-chefe da Seleção, que hoje está a cargo do russo Alexander Alexandrov.
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O ucraniano comandava uma das principais apostas da Seleção na capital paranaense: Lorrane Oliveira. No Mundial de Glasgow (SCO), neste ano, a jovem de 17 anos ficou em 18º no individual geral, melhor resultado do país.
Não foi somente Ostapenko o afetado pela situação econômica do país. Antes, o bielorrusso Nikholay Hradoukin deixou o Cegin, mas em razão da alta do dólar.
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*LANCEPRESS