Com a falta de profissionais para administrar e acompanhar a pesquisa de alunos nas bibliotecas, diretores das escolas estaduais de Blumenau vêm se organizando como podem para gerir o espaço. Balanço feito pelo Santa na última semana apontou que, em 25 das 32 unidades na cidade, as bibliotecas não funcionam em período integral, durante o horário de aula.
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Em algumas, professores em processo de readaptação (que estão voltando do afastamento por causa de doença) assumiram a gestão do espaço. Em outras, membros da direção se revezam entre os afazeres na secretaria e no acervo. Há ainda unidades em que os professores dividem a atenção entre as salas de aula e a biblioteca.
E há casos extremos, como na Escola João Widemann, no Bairro Itoupava Norte, em que a direção optou por limitar o acesso ao local. Quando querem ou precisam, alunos e professores têm de buscar a chave na secretaria.
– Prejudica os alunos, em especial o incentivo à leitura, mas é o que podemos fazer. Defendo que a biblioteca deveria ficar aberta integralmente e com acesso à toda comunidade, mas, infelizmente, não temos alguém que possa administrar o espaço – comenta o diretor da escola, Cornélio Pereira dos Santos Neto.
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A gerente regional de Educação em Blumenau, Maria Isabel Porto Paes Schulz, diz que a rede estadual nunca teve a função de bibliotecário no quadro de profissionais – o que tem impedido que os espaços funcionem de forma integral. Ela reconhece que essa é uma reivindicação antiga das escolas, mas reforça que está à cargo dos próprios diretores pensar em alternativas:
– A sugestão é que as escolas se organizem para que os alunos não fiquem desassistidos – resume, destacando que a maioria das escolas conta com uma assistente pedagógica para auxiliar no atendimento.
A lei federal 12.244, de 2010, exige que todas as escolas do país tenham bibliotecas. Ela prevê que as unidades de ensino serão responsáveis por manter a estrutura, mas não é clara quanto à exigência da presença de um profissional habilitado. Além disso, o prazo para as escolas – públicas e particulares – se adaptarem vai até 2020.
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Em nota, a Secretaria de Estado de Educação diz que está trabalhando na reestruturação das escolas estaduais, incluindo as bibliotecas. Segundo a secretaria, já foi iniciada uma parceria com entidades ligadas à área de Biblioteconomia para definir normas de funcionamento dos espaços. Além disso, o Estado afirma que estuda incluir, em um concurso previsto para o segundo semestre deste ano, outros cargos além de professores, como bibliotecário.
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