Cerca de 450 funcionários da empresa Buettner, do ramo têxtil, foram dispensados do trabalho na manhã desta segunda-feira, em Brusque, porque o fornecimento de energia elétrica à empresa foi cortado por falta de pagamento. De acordo com o presidente do sindicato dos trabalhadores do ramo têxtil de Brusque (Sintrafite), Anibal Boettger, a dispensa ocorreu por volta das 8h, depois de os trabalhos do turno das 5h já terem sido iniciados.
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Administrador judicial da empresa, Gilson Sgrott confirmou que não houve o pagamento da conta de energia referente ao mês de março, no valor aproximado de R$ 700 mil, e as atividades tiveram de ser paralisadas. Segundo ele, a Buettner não dispõe do dinheiro no momento para quitar o valor e está tentando levantar a quantia. Também foi feito um pedido liminar para que a Celesc religue a energia, porém sem sucesso até o momento. Nos meses anteriores, a conta de luz já vinha sendo paga de forma parcelada.
Outro problema que atinge a empresa é o atraso no salário dos funcionários. Sgrott confirma que apenas uma parte dos vencimentos de março dos mensalistas foi quitada. A segunda parte deveria ter sido paga até o dia 20 de abril, o que não ocorreu. A situação é ainda mais desesperadora para vendedores externos e representantes comerciais, que não receberam nenhuma quantia.
Segundo Boettger, do Sintrafite, parte dos funcionários já havia paralisado as atividades antes mesmo do corte de energia, em protesto contra o atraso nos salários. Agora, o sindicalista garante que não haverá retorno ao trabalho se a segunda parte dos vencimentos de março não for quitada.
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— Em fevereiro já houve uma situação semelhante. E os trabalhadores só voltaram ao trabalho depois do pagamento — diz Boettger.
A Buettner trabalho com o ramo de cama, mesa e banho, em especial com toalhas, e está mais voltada para a clientela internacional. A crise financeira já dura mais de meia década. Em maio, serão completados cinco anos de administração judicial. Diante das incertezas sobre o futuro, até mesmo o sindicato se diz favorável ao encerramento das atividades.
— A empresa não está conseguindo arcar sequer com quantias de R$ 200 a R$ 400, referentes às rescisões dos funcionários que optam por deixar o trabalho por vontade própria. Com isso, o passivo só cresce. Daqui a pouco os passivos passam os ativos. Infelizmente, a situação é essa — afirma o presidente do sindicato.
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