Por falta de especialista, bebê de 11 dias é transferido de Itajaí para o Paraná para fazer cirurgia

Um período que era para ser inteiramente de felicidade acabou se tornando um pesadelo para Humberto e Lorena Pereira, moradores de Itajaí. No dia 4, um dia após o nascimento da pequena Betina, o casal descobriu que ela tinha uma doença gravíssima no coração, chamada Síndrome da Hipoplasia do Miocárdio Esquerdo.

A patologia é considerada uma das mais graves em recém-nascidos e a cirurgia é imprescindível para preservar a vida da criança.

Ao serem avisados de que não havia leito na região para a sua filha, Humberto e Lorena procuraram a Justiça e conseguiram uma liminar, exigindo o tratamento da menina. O pedido foi atendido na noite desta quinta-feira, quando um leito foi providenciado para a recém-nascida. O bebê foi transferido do Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, para o Nossa Senhora do Rocil, em Campo Largo (PR), onde será operado nesta sexta-feira.

De acordo com a Secretaria de Saúde de Itajaí, Betina foi removida para outro Estado porque não havia leitos disponíveis com pediatra cirurgião especializado em cardiologia em Santa Catarina.

– Estamos muito aliviados que conseguimos a transferência da nossa filha – revela o pai.

O procedimento para o tratamento da patologia envolve três cirurgias, feitas separadamente. Após a primeira, a segunda é realizada aproximadamente um ano depois a primeira intervenção e a terceira, cerca de três anos depois. De acordo com o médico Marco Otílio Duarte Rodrigues, o procedimento é bastante complicado.

– Geralmente as chances do recém-nascido sobreviver são muito baixas já que a doença afeta tão diretamente o coração – diz.

Humberto conta que foi avisado de que a filha tem apenas 10% de chances de sobreviver. Mesmo assim, ele está esperançoso e acredita que a cirurgia será um sucesso.

– Lutamos pela vida da Betina, estou muito feliz que temos uma chance de manter ela aqui com a gente. Mesmo que seja difícil, qualquer chance dela ficar viva para nós já é o bastante para a gente acreditar – se emociona.

Humberto e Lorena acompanharam a filha na viagem para Campo Largo. Como o casal não tem meios de se manter ao lado de Betina, estão solicitando ajuda pelo facebook.com/humbertolorena.pereira para permanecerem no Paraná.