Por conta de uma liminar judicial, o Núcleo Regional de Perícias (NRP) de Joaçaba, no Meio-Oeste catarinense, está impedido de realizar qualquer tipo de atendimento à população. A decisão foi comunicada aos responsáveis pelo órgão na tarde desta quinta-feira e é motivada principalmente pela mudança de endereço dos serviços.
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Isso porque diversos vizinhos da nova sede do órgão, que fica na Rua Salgado Filho, no Centro da cidade, teriam apresentado objeções ao funcionamento dos serviços no local. O NRP abriga o Instituto Geral de Perícias (IGP), que é formado por quatro institutos: o criminalista, o de identificação, o de análise forense e o Instituto Médico Legal (IML).
Entre as justificativas listadas à Justiça, que também foram entregues em forma de abaixo-assinado pelos moradores à prefeitura, estaria o mau cheiro que poderia ser ocasionado pelos corpos levados ao IML e também aumento no fluxo de tráfego de veículos no local, que poderia complicar o trânsito, já que o órgão atende 20 municípios da região.
O juiz Eduardo Passold Reis, da 1ª Vara Cível de Joaçaba, reconheceu as reclamações e expediu a liminar que impede a prestação de serviços por tempo indeterminado. Ele também alega que o Núcleo não possui alvará para funcionamento. Por conta da determinação, nesta sexta-feira, o órgão permanecia com as portas fechadas e impedido de realizar qualquer tipo de trabalho.
Estudos teriam comprovado ausência de impactos
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Segundo Leandro Paniago, coordenador do NRP, o órgão teria apresentado diversos estudos que comprovam ausência de impactos à vizinhança. Ele salienta que a mudança de endereço era necessária para o órgão, que funcionava de forma precária em duas salas cedidas pela Delegacia Regional de Polícia Civil.
Paniago explica que o novo imóvel foi alugado pela Secretaria de Segurança Pública ainda em setembro, quando também começaram as adequações no prédio. No local, serão feitos desde documentos pessoais até perícias criminais e recolhimento de corpos com alguma suspeita de crime.
– Atendemos uma população aproximada de 400 mil pessoas. A parcela que se sentiu prejudicada e está reclamando é muito menor do que o prejuízo à sociedade causado pelo impedimento nos atendimentos – argumenta.
Serviços como expedição de identidade, exames para verificação de lesões corporais e até perícias em corpos estão prejudicados, mesmo após a adequação completa para realização dos trabalhos no local. Quem precisa dos atendimentos, está sendo obrigado a viajar para municípios vizinhos. Paniago salienta que a Procuradoria Geral do Estado deve recorrer à decisão da Justiça de Joaçaba.
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O juiz Eduardo Passold Reis não foi encontrado no Fórum de Joaçaba para comentar a decisão, na tarde desta sexta-feira.