Em tempos de gasolina a quase R$ 7 o litro, o motorista pensa em outras alternativas para se locomover. Uma opção é o carro elétrico, que teve 74% a mais de unidades vendidas entre janeiro e outubro de 2021, em comparação com o mesmo período no ano passado, segundo dados do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). Ainda assim, a fatia dentro do mercado automobilístico brasileiro é pequena – menor que 2% do total.
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Este tipo de veiculo ainda não se popularizou, principalmente devido ao valor do produto final – atualmente, o carro compacto mais barato do mercado nacional custa R$ 160 mil – e ao carregamento das baterias. O professor do departamento de Eletrotécnica do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Adriano Bresolin, estima que a oferta de carros de propulsão elétrica ao mesmo preço ao consumidor do que os automóveis de motor a combustão, por parte da indústria do setor, não seja algo tão distante.
– Isso já está acontecendo com subsídios na Europa e nos Estados Unidos. Acreditamos que deva acontecer em 2025. Talvez no Brasil, um pouco mais tarde ou cedo, porque depende da nossa economia. Mas a questão toda vem da parte industrial, e Santa Catarina está à frente. Além da Weg, que é um grande player, há uma dezena de empresas e startups que estão investindo em mobilidade elétrica. Por isso que, às vezes, pode ser acelerado – declarou o engenheiro elétrico.
Bresolin coordena um trabalho em Santa Catarina para desenvolver kits de conversão de veículos para eletrificados, realizados em laboratório no campus do IFSC, no Centro de Florianópolis. O projeto foi aprovado na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2019, com apoio da Celesc. Nesta terça-feira (14), um veículo elétrico foi entregue para uso pela Assembleia Legislativa (Alesc), junto com a inauguração de um eletroponto no local.
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– Acreditamos muito na conversão para ser uma segunda opção. Ela não concorre (com os carros a combustão) porque as montadoras sempre estão trazendo novas tecnologias. Com a redução do dólar, o preço deve cair, junto com a dimunuição do valor das baterias. Nós podemos chegar a uma conversão num valor de até 30% a 40% do valor de um carro novo – disse Bresolin.
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Os estudos são feitos não só para avaliar fatores técnicos e econômicos, mas também para saber o comportamento das pessoas na utilização dos veículos elétricos. O professor do IFSC aponta que toda nova tecnologia precisa estar alicerçada em quatro pontos para que se torne mais acessível ao mercado consumidor: eficiência, segurança, sustentabilidade e universalidade. Se ainda há questões pendentes para a popularização do produto, a comparação pode ser um pouco mais atrativa para aqueles que reclamam do custo para encher o tanque do automóvel com gasolina.
(Considerando R$ 7 o litro de gasolina), 100 quilômetros rodados com um carro fazendo uma média de 10 km por litro, o gasto é de R$ 70. Os mesmos 100 km por um veículo elétrico são feitos com custo de R$ 9 (usando uma carga de um quilowatt para percorrer 6km em média, no valor de R$ 0,50 a R$ 0,60 para cada kW recarregado) – Adriano Bresolin, professor do IFSC
Ouça a entrevista para a CBN Diário:
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