A população em situação de rua celebra nesta quinta-feira, 19 de agosto, o Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua. Para marcar a data, uma concentração a partir das 9h na Praça Tancredo Neves, no Centro de Florianópolis, pretende discutir políticas públicas de proteção social.
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Trata-se de uma referência ao ano de 2004, entre os dias 19 e 22 de agosto, quando ocorreu o chamado “Massacre da Sé”. Na ocasião, 15 pessoas que utilizavam o espaço da Praça da Sé, em São Paulo, como moradia improvisada, foram atacadas na calada da noite. Foram sete mortos e oito feridos gravemente.
Com o slogan “chega de papelão, queremos habitação”, o grupo pretende chamar a atenção para a situação de vulnerabilidade em que se encontram centenas de pessoas que não têm onde morar.
Entre 10h e 12h, serão oferecidos serviços para população e rodas de conversa. Ao meio-dia será servido almoço comunitário e às 13h30min se inicia uma assembleia com foco nos temas habitação, segurança alimentar e geração de renda.
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A organização é do Movimento População de Rua de Santa Catarina junto com a Rede Rua, composta por diversos atores públicos e da sociedade civil.
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País não tem dados sobre número de pessoas em situação de vulnerabilidade
Com várias passagens pela rua, e hoje coordenando uma casa que acolhe preferecialmente pessoas maiores de 50 anos, Daniel Paz dos Santos defende que moradia é essencial para o resgate dessas pessoas:
– Quem vive na rua sofre todo o tipo de preconceito, e quase que sempre enfrentando problemas com álcool e outras drogas. A pessoa pode ter uma profissão e querer trabalhar, mas ninguém emprega aquele sem endereço. Por isso, uma moradia se torna tão essencial.
No Brasil, não existem dados sobre a população de rua. Os números oscilam devido ao agravamento do desemprego, e pioraram com a pandemia. Um levantamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE) aponta 5 mil pessoas em situação de rua em SC. No ano passado, a prefeitura de Florianópolis trabalhava com um dado de 460 pessoas vivendo nas ruas da cidade.
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