Por Renan Medeiros, interino*

Lauro Luiz Mathias não cansava de contar aos netos as histórias das quase três décadas transportando carvão de Criciúma a Tubarão pela Rede Ferroviária Federal (RFFSA). Mathias faleceu em 2016, aos 80 anos, e agora é a filha dele, Edna Maria Mathias Silva, quem assumiu a responsabilidade por manter vivas as histórias da família.

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No fim da tarde desta quinta-feira (6), ela foi uma das que compareceram ao Museu Ferroviário de Tubarão para abraçar a locomotiva histórica Baldwin Pacific 53, cuja permanência na cidade está ameaçada.

— Tubarão se formou a partir da Rede Ferroviária Federal. Havia comércio e outras atividades na cidade, mas tudo girava em função da ferrovia. Nós não podemos abrir mão da nossa história — relatou a professora, que trabalha como assessora pedagógica na Secretaria Municipal de Educação.

O abraço simbólico na Baldwin envolveu alunos das escolas de Tubarão, lideranças políticas e pessoas envolvidas na criação e manutenção do Museu Ferroviário.

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No sábado, o Zofeiros, grupo de aproximadamente 400 amigos de Tubarão, fará uma concentração às 10h na praça da igreja São José Operário e depois seguirá em caminhada até o Museu Ferroviário.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), proprietário da locomotiva, informou que cedeu o bem a Miguel Pereira (RJ), cidade que apresentou projeto de preservação com a instalação de um trem turístico. O ministro interino dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Herbert Drummond, comunicou que suspendeu "até segunda ordem" a transferência da locomotiva, mas não foi o suficiente para tranquilizar a população. Os tubaronenses cobram uma posição definitiva quanto à permanência do trem no Sul de Santa Catarina.