A população de São João Batista, na Grande Florianópolis, fez na manhã desta sexta-feira um protesto por mais segurança na cidade. Os organizadores fecharam as duas pontes que dão acesso à cidade por cerca de uma hora, das 10h às 11h. A mobilização foi divulgada nos últimos dias e teve a participação de mais de mil pessoas.
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— Ainda temos que fechar os cálculos, mas reuniu muita gente. O pessoal ainda está em massa aqui — disse o tenente Arlan Rodrigues, da Polícia Militar do município, por volta das 11h.
Uma das entidades que organiza o movimento é a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Em uma semana, mais de 20 comércios foram assaltados, de acordo com o presidente da entidade, Gabriel Dias.
— Nossa cidade vive um caos por falta de segurança — disse Dias.
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População de São João Batista protesta por mais segurança na cidade
— Ficamos felizes que o Delegado-geral da Polícia Civil, Artur Nitz, já determinou que o setor financeiro efetuasse a reforma emergencial do telhado da nossa delegacia e para o próximo ano será feita uma reforma total — escreveu ele.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública confirmou que as demandas foram encaminhadas na discussão e disse que algumas ações podem levar mais tempo, mas garantiu que a delegacia será reformada.
Escalada da violência
O problema do município é similar ao de outros de Santa Catarina: a falta de efetivo. Mas a situação é agravada pelo crescimento populacional — a cidade passou de 15 mil para 30 mil habitantes em menos de 10 anos. Hoje, são 17 policiais para proteger os 32 mil moradores, com 7 em licença médica, de acordo com a organização do protesto.
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— Roubo e furto foram mais de 40 vezes nos últimos dez anos. Quem já teve a sua família refém quatro vezes, uma delas mais de seis horas com eles apontando arma na cabeça dos meus filhos, sabe o medo que é sair de casa — conta o comerciante Valter Ramos.
Na noite da última quarta-feira, um segurança foi baleado durante um assalto a um supermercado no centro da cidade. Apenas até a metade do ano, a SSP registra quatro homicídios dolosos. No ano todo de 2014, tinham ocorrido apenas três homicídios.
— De janeiro até novembro foram 45 roubos e 40 furtos. Isso os registrados. Houve um pico de casos em novembro e dezembro — confirma o tenente da PM Arlan Rodrigues.
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* Colaborou o jornalista Guto Kuerten