A população de Florianópolis também foi para as ruas nesta quinta-feira (15), dia de protestos em todo o país. O ato político aconteceu em frente ao Terminal Integrado do Centro (Ticen) e começou às 17h. Representantes de diversas organizações políticas, estudantis e sindicais catarinenses e de entidades como a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) discursaram.

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Principal assunto do ato no centro da Capital, o combate a criminalização dos movimentos sociais inspirou a publicação do jornal Lutar Não é Crime com 50 mil exemplares impressos e distribuídos às dezenas de pessoas que passavam em direção ao Ticen, na volta para casa. O jornal é produzido pela Frente Catarinense de Luta Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais, que reúne todas as organizações presentes.

Nas páginas coloridas da publicação assim como nos discursos dos organizadores, temas como o episódio na UFSC (Levante do Bosque), as ocupações urbanas como a Amarildo de Souza, a desmilitarização da polícia, a Copa, e as condições precárias em áreas como saúde, educação, habitação e trabalho no país.

Manifestantes falaram que são criminalizados por protestarem por seus direitos, tanto pela polícia quanto pela mídia. Polícia Militar e mídia foram criticados por praticarem, segundo eles, uma “ditadura fascista travestida de democracia” e por colocarem a população contra os movimentos sociais. Praticamente todos os veículos de comunicação do Estado foram citados.

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Representantes da Ocupação Amarildo de Souza disseram que um dos exemplos da tentativa de colocar o movimento contra a população foi quando eles se mudaram para o Rio Vermelho, em abril passado. Conforme a organização, houve ali uma manifestação de moradores orquestrada pelo dono de um resort localizado no Norte da Ilha que teria pago R$ 100 para moradores xingarem e arremessarem pedras contra os ocupantes.

O ato em frente ao Ticen seguiu, até as 18h, sem qualquer violência. Cerca de cinco policiais militares observavam o protesto à distância. Manifestantes levaram bandeiras, tambores e seguiram falando para o público:

– Trabalhadores e trabalhadoras de Florianópolis, leiam com carinho esse jornal no caminho de volta para casa, nesses ônibus lotados com uma das passagens mais caras do país. Falam Ilha da magia, mas magia quem faz é a classe trabalhadora recebendo salários medíocres. Basta de vender Florianópolis para os empreiteiros. É hora de investir nas pessoas que produzem e constroem essa cidade -.

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