Quem passa pela BR-470, no trecho que corta o Vale do Itajaí, convive diariamente com um fluxo intenso de veículos, obras e buracos causados pela ação do tempo. A paisagem às margens da rodovia sofreu alterações ao longo dos últimos anos, muito pelo crescimento das cidades que rodeiam a rodovia federal.

Continua depois da publicidade

Há pessoas que têm na rodovia o quintal de casa e local de trabalho, que garante o sustento da família. Afonso da Silva, 53 anos, trabalha como frentista em um posto de combustíveis às margens da BR-470 e mora a cerca de 150 metros da rodovia federal, em Indaial. Ele conta que já viu e ouviu muitos acidentes no trecho da rodovia entre Blumenau e Indaial.

– Já presenciei vários acidentes aqui nesse trecho, inclusive com morte. Algumas vezes quando estou em casa escuto um estrondo, já sei que é mais uma batida na rodovia – diz o frentista.

Afonso da Silva, 53 anos, trabalha como frentista em um posto de combustíveis às margens da BR-470
Afonso da Silva, 53 anos, trabalha como frentista em um posto de combustíveis às margens da BR-470 (Foto: Patrick Rodrigues / Jornal de Santa Catarina)

Afonso passa pela rodovia todos os dias para ir ao trabalho. Ele diz que escuta relato dos motoristas que trafegam pela BR-470 e reclamam das condições da pista, iluminação, acostamento precário e da imprudência dos demais condutores. O frentista tem um filho que estuda em Blumenau e faz o trajeto de Indaial para a faculdade pela rodovia.

O trecho é considerado um dos mais críticos. Somente neste ano até as 18h da última sexta-feira, dia 27 de setembro, segundo levantamento exclusivo feito pelo Santa, entre o Km 48,5, em Blumenau, e o Km 78,8, em Indaial, ocorreram 12 acidentes com mortes.

Continua depois da publicidade

A especialista em segurança no trânsito, Márcia Pontes, avalia que há vários pontos críticos na BR-470, no trecho entre Navegantes e Pouso Redondo. Ela defende que seja feito um estudo a partir dos boletins de ocorrência, apontando as principais causas das colisões. Além disso, é fundamental uma auditoria em segurança para atuar pontualmente nesses trechos.

Os órgãos responsáveis pela rodovia precisam ouvir as comunidades lindeiras e agir para que acidentes sejam evitados até que a tal da duplicação seja concluída – diz Márcia.

O comandante dos bombeiros voluntários de Ibirama, Rudinei Pinsegher, que atua no atendimento de acidentes na BR-470, na região do Alto Vale, conta que a rodovia é sinuosa. Para ele, o trecho crítico é agravado pelas condições climáticas, mas a percepção que o principal problema no local é a imprudências dos usuários.

– Tenho muito medo de transitar pela BR-470, quando subo a Serra São Miguel que já registrou vários acidentes eu sempre uso a faixa do meio para evitar a alta velocidade e as ultrapassagens forçadas dos demais motoristas – diz.

Leia as últimas notícias do NSC Total

Ainda não é assinante? Assine e tenha acesso ilimitado ao NSC Total, leia as edições digitais dos jornais e aproveite os descontos do Clube NSC

Continua depois da publicidade