Destruída há quase dois anos por uma enchente que atingiu o Vale do Itapocu, a ponte sobre o rio Putanga, que liga Guaramirim a Massaranduba, ainda não tem data para ser reconstruída. Dessa vez, o impasse envolve o comprimento da ponte. Existe a suspeita que a medida prevista no projeto executivo da ponte seja insuficiente para alcançar as duas margens.
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O problema começou a ser discutido esta semana, depois que um engenheiro da empresa responsável pela reconstrução, a BTN, de Joinville, procurou o prefeito Lauro Fröhlich afirmando que o projeto precisará passar por uma readequação. A equipe técnica da empresa teria constatado, durante uma vistoria na semana passada, que o vão entre uma margem e outra do rio é de 31,5 metros, mas que a ponte teria sido projetada para ter apenas 28 metros.
A secretária de Planejamento, Ana Beatriz Schier, afirma que a Prefeitura vai acionar o engenheiro responsável pelo projeto executivo para saber como foram realizadas as medições e se houve algum erro no projeto. A ponte foi projetada pela empresa AJM, de Jaraguá do Sul. Segundo ela, uma equipe de engenheiros da Prefeitura também deve fazer uma avaliação no local na semana que vem, quando os técnicos voltam de férias.
Se durante a vistoria da Prefeitura ficar confirmado que o comprimento previsto para a ponte é insuficiente, o próximo passo será readequar o projeto e avaliar quanto a ponte vai custar. Caso o orçamento da ponte tenha um acréscimo maior do que 25% do custo da obra, por lei a Prefeitura terá que abrir uma nova licitação.
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– Esse trâmite deve levar no mínimo três meses, isso se a licitação transcorrer normalmente, sem nenhum questionamento jurídico – comenta.
A previsão é que a estrutura fique pronta quatro meses após o início das obras. Ana Beatriz explica que os recursos para a reconstrução da ponte estão garantidos no orçamento deste ano. A estrutura está orçada em R$ 650 mil e parte será será financiada pelo Badesc (Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina), através de um pacote de R$ 2 milhões que também prevê recursos para outras obras em andamento na cidade.
Desde que a ponte caiu, em março de 2011, os motoristas que se deslocam entre os bairros Putanga, em Guaramirim, e Guarani-Açu, em Massaranduba, precisam se deslocar pela SC-413, aumentando o percurso em cerca de dez quilômetros. A licitação da ponte foi aberta em setembro do ano passado, mas a ordem de serviço não chegou a ser assinada.
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Empresa nega erro técnico
Alberto Marcatto, dono da empresa AJM, de Jaraguá do Sul, responsável pelo projeto executivo, informou que deverá fazer uma vistoria no local assim que for informado oficialmente pela Prefeitura sobre o assunto, o que não teria ocorrido até a tarde de ontem. Ele negou que houve erro técnico e afirmou que a equipe fez todas as medições necessárias.
Marcatto diz que a ponte antiga tinha 23 metros de comprimento e que a empresa decidiu fazer uma estrutura de 28 metros como garantia de que a estrutura suportaria a vazão do rio em caso de enchente. Ele acredita na possibilidade de as margens terem sofrido erosão.
– Durante todo esse tempo, a estrutura da ponte antiga está dentro do rio, o que obriga o rio a desviar, aumentando a vazão – avalia.
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Por pelo menos quatro vezes a reportagem entrou em contato com a empresa BTN, de Joinville, que venceu a licitação para reconstruir a ponte, mas ninguém atendeu ao telefone.