A colisão de um navio com a ponte Rio-Niterói, principal via de ligação da cidade do Rio de Janeiro com o município de Niterói e a Região do Lagos, nesta segunda-feira (14), assustou, causou transtornos e levantou dúvidas sobre o que aconteceu. Abaixo, o Diário Catarinense reúne uma série de perguntas e respostas com o que já se sabe e o que ainda falta ser esclarecido sobre o acidente.
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Como aconteceu o acidente?
A Marinha do Brasil comunicou, em nota à imprensa, que o acidente se deu “após a ocorrência de condições atmosféricas adversas”. O navio estava à deriva e pode ter sido arrastado pelo vento, que teve rajadas de cerca de 60 km/h na ocasião, até colidir com a ponte no início da noite da segunda.
Apesar da suspeita, será ainda instaurado um Inquérito sobre Acidentes e Fatos de Navegação (IAFN) pela Marinha, para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente.
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Qual é o navio envolvido no acidente?
Trata-se da embarcação São Luiz, um navio que estava fundeado na Baía de Guanabara desde fevereiro 2016, também segundo a Marinha, em local definido por ela e, até então, sem causar riscos à navegação.
Segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo em 2018, a embarcação graneleira tem 200 metros de extensão por 30 metros de largura, conta com capacidade para carregar cerca de 42 mil toneladas de carga e estava presa a uma âncora de 7,5 toneladas. Antes de ser fundeado no local, o navio construído em 1994 havia feito uma última viagem entre Porto Alegre e o Rio de Janeiro.
O navio estava tripulado? Alguém se feriu?
Ainda de acordo com O Globo, o navio tinha tripulação ao menos até 2018. Não há confirmação, no entanto, sobre ele estar tripulado ou não na altura do acidente. Entre quem circulava pela ponte na ocasião, também não há registros de feridos, apesar do impacto ter chacoalhado a construção.
Um navio se choca contra a Ponte Rio-Niterói e interrompe o trânsito nos dois sentidos. Peritos avaliam se houve algum abalo estrutural. Esse é um dos vídeos que registram o momento do acidente. pic.twitter.com/aCJaQL1UEf
— André Trigueiro (@andretrig) November 14, 2022Continua depois da publicidade
De quem é o navio?
O navio pertence à Navegação Mansur, segundo comunicou a Marinha. A reportagem tentou contato com empresa por e-mail, questionando, entre outras coisas, se a embarcação estava tripulada e quando foi realizada uma última manutenção dela, mas não obteve retorno ao menos até esta publicação.
Quem é responsável por averiguar o caso?
A Marinha do Brasil, autoridade marítima do país, é a responsável pela segurança da navegação e pela prevenção da poluição hídrica, fenômeno que envolve embarcações abandonadas. Ela informou, ainda em nota, que monitorava a situação do navio e que a destinação dele é hoje objeto de processo judicial.
Onde o navio está agora?
Após o acidente, o navio foi carregado por rebocadores para ser atracado no Pier Mauá, como também é conhecido o Porto do Rio de Janeiro, segundo comunicou a Marinha.
A ponte está segura?
Uma vistoria feita na noite de segunda descartou danos estruturais ao menos nos pilares 71, 72 e 73 da ponte, segundo comunicou o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD). Na manhã desta terça, uma equipe de engenharia da Ecoponte, concessionária que administra o trecho, faria uma nova avaliação.
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Informação Ponte: “equipe técnica vistoriou os pilares 71, 72 e 73 e não detectou nenhuma avaria na estrutura (infra e meso). avaliação nos aparelhos de apoio estão indicando danos de pequena monta. Devem liberar trafego, parcialmente, em pouco tempo.”
— Eduardo Paes (@eduardopaes) November 15, 2022
O trânsito na ponte está liberado?
A primeira vistoria da ponte viabilizou a liberação parcial do tráfego por volta das 22h de segunda, horas depois de ele ter sido interrompido por conta do acidente. O lado da ponte que tem sentido a Niterói foi então completamente liberado. Já a parte dela com direção ao Rio amanheceu com duas pistas interditadas, já que o guarda-corpo foi destruído pelo impacto da colisão, e só passou a estar plenamente liberada por volta das 11h desta terça.
A ponte deverá receber cerca de 258,1 mil veículos apenas entre esta terça e a quarta-feira (16), na volta dos viajantes do feriado prolongado da Proclamação da República, segundo estima a Ecoponte.
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