Faz dois dias que a auxiliar de limpeza Ilsa Aparecida Coelho, 48 anos, não almoça, e que a pequena Érica Martins, 5 anos, chega atrasada na creche onde estuda. As duas tiveram a rotina diária afetada diretamente pela queda de uma das pontes sobre o Rio Maruim, que corta ao meio o Bairro Colônia Santana, em São José.
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Derrubada pela prefeitura na quarta-feira, a ponte que fica atrás do Instituto de Psiquiatria oferecia risco: estava prestes a desabar. Mas, apesar de perigosa, era a melhor alternativa para atravessar o rio.
– Era o meio rápido que a gente tinha de chegar no centrinho – conta Ilsa.

Foto: Caio Marcelo/ Agencia RBS
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Passar pela outra ponte, de concreto, obriga moradores a darem uma volta de dois quilômetros. Antes, não se levava mais do que 10 minutos. A creche, por exemplo, ficou mais longe.
– É ruim ter que andar tanto nesse sol quente com as crianças – lamenta a dona de casa Angélica dos Santos, 21 anos, mãe de Érica, que, todos os dias, leva a filha a pé até a escola.
Falta de manutenção
A ponte demolida já tinha mais de 60 anos e nunca havia sido substituída. Passou, apenas, por algumas reformas e readequações – a última delas há seis meses. Segundo o diretor da Defesa Civil da cidade, José Deomir Correa da Silva, a demolição foi necessária para garantir a segurança da comunidade. Em mau estado de conservação, ela estava com as vigas de sustentação comprometidas.
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– Comunicamos o risco à prefeitura. Mas não havia previsão de reconstrução e achamos mais seguro demoli-la. A comunidade continuaria a usá-la – explica.
Promessa é para antes do fim do ano
Apesar da demolição, a promessa é que a reconstrução da ponte na Colônia Santana seja em breve. Segundo o secretário de infraestrutura de São José, Adilson de Souza, um remanejamento no orçamento da prefeitura deve garantir a colocação de uma nova ponte de madeira ainda este ano. As vigas de eucalipto já foram compradas e as obras devem começar entre a segunda e a terça-feira.
– Uma nova ponte de concreto era a mais indicada, mas iria demorar muito para acontecer, ainda mais com a mudança de governo. Esta é uma necessidade urgente – afirma o secretário.
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O investimento deve ser de cerca de R$ 6 mil. ?