A maturidade ela já atingiu faz tempo, o que lhe falta é independência. Ao completar nesta terça-feira 88 anos, a ponte Hercílio Luz vive sob a expectativa de ter cumprida a promessa do consórcio responsável pela reforma da estrutura de liberá-la para trânsito até o fim do ano.
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Sem saber se completará 89 anos como quando nasceu, em 1926, com pleno tráfego, a primeira ligação terrestre entre a Ilha de Santa Catarina e o Continente terá uma festa de aniversário promovida pela Associação Catarinense de Engenheiros (ACE) em parceria com a Associação Catarinense de Imprensa (ACI). O evento desta terça-feira, às 8h30min, na sede da ACE, na Rua Capitão Euclides de Castro, bairro Coqueiros, entretanto, não será apenas de comemoração, mas de cobrança.
As entidades envolvidas querem saber do consórcio Florianópolis Monumento o que precisa ser feito para que a reforma seja concluída até 31 de dezembro. O diretor da empresa Espaço Aberto, líder do grupo que faz a reforma, Cornelius Unruh, estará presente e apresentará a atual situação da obra. Mesmo antes do evento, porém, os integrantes da ACE estão descrentes na possibilidade de a reforma ficar pronta ainda este ano.
– Pelo que está apresentado e demonstrado, acho difícil. Não acredito mais. Temos de ouvir de quem é o responsável pela execução o que falta para conclusão. Hoje o sentimento é de que não se conclui em 2014 – diz o presidente da ACE, Celso Ternes Leal.
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Por outro lado, os engenheiros reconhecem a complexidade da reforma na maior ponte pênsil do Brasil e uma das maiores do mundo. A atual etapa da obra, de sustentação do vão central para que as correntes sejam trocadas, é considerada inédita.
– Não existe experiência no mundo com essa parte da reforma. Por isso é uma incógnita. Falar em tempo nesse caso é mera loteria, com grande possibilidade de perder – alertou o engenheiro civil Roberto de Oliveira, que palestrará no evento de desta terça-feira.
A mesma ressalva faz o engenheiro mecânico Honorato Tomelin. Pelo menos duas vezes por semana ele visita a obra. O contato permanente com a estrutura o fez perceber os desafios encontrados pelos operários.
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– Temos que acabar com essa pressão gerada pelos cronogramas. A obra nos deu surpresas técnicas e vai dar outras. Não acredito que ficará pronta até o fim do ano.